PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Um artigo de opinião de José João Torrinha.
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1 Este texto começou a ser escrito ainda o jogo de ontem à noite ia a meio. Resolvi nem sequer esperar pelo fim, pois a partida foi totalmente estragada aos 19 minutos, quando Nuno Almeida resolveu expulsar João Mendes e assim arrumar com o assunto ainda a procissão ia no adro.
Um lance onde o jogador do Vitória tenta dominar uma bola e nem sequer vê o do Benfica e que acaba punido com vermelho direto.
E se me disserem que agora são essas as regras eu mando-os ver os jogos dos três estarolas à procura de lances idênticos em que os seus jogadores também tenham sido punidos com expulsão. Em boa verdade, foi isto que vimos toda a vida: as armas com que se combate já não são iguais, mas há quem ache que ainda devemos inclinar mais o campo a favor dos mesmos de sempre. Deve ser isto a tal competitividade de que se fala.
2 Diz o povo e com razão que "quem está de fora, racha cavacos". A aplicação prática do adágio à relação que os adeptos têm com o seu clube, levaria, pois então, a que todos passássemos a vida a rachar cavacos, uma vez que desconhecemos muito (quase tudo, para ser franco) do que se passa dentro do clube. Dessa forma, espaços como esta crónica nem sequer existiriam.
Felizmente, não é assim. O adepto nunca "está de fora". Ainda que efetivamente não saiba de muito do que se passa dentro da casa vitoriana, aquela não deixa de ser a sua casa e portanto os outros que fiquem com os cavacos. Toda a gente opina, e é assim que deve ser.
Dito isto, convém nunca esquecer esse nosso crónico défice de informação. E é por isso que quando me abalanço a comentar este nosso passivo fecho do mercado de transferências, tenho mais dúvidas do que certezas. É que com a mudança de treinador e a anunciada de sistema tático, tudo indicaria que o Vitória teria de se mexer para adaptar o plantel às novas ideias de Paulo Turra. Não o fizemos. E é aí que crescem as dúvidas: foi Turra que não quis mais ninguém? O Vitória tentou e não conseguiu? Ou será que as três vitórias transmitiram a ideia que o material "em caixa" chega e sobra para as encomendas?
A verdade é que não sabemos. O meu olhar "de bancada" diz-me que nas alas ficamos deficitários. Oxalá esta seja uma preocupação exagerada