Pela minha parte, são tantas. O primeiro jogo europeu, com o Aston Villa. Golear o Benfica com uma equipa de miúdos. Os jogos de vólei feminino no pavilhão do Inatel. O Paulinho a estourar com as defesas adversárias
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Para quem não é do Vitória é muito difícil explicar o que é ser deste clube. Na verdade, é uma coisa que não se explica. Que simplesmente se sente. Podem dizer que é como ser de um qualquer outro emblema, mas o certo é que não é. Em Guimarães existe mesmo algo de especial que nos torna diferentes. Acreditem que é assim.
Mas mais do que olhar para o passado, importa pôr os olhos nos próximos cem anos e sobretudo para o dia de hoje. É preciso que cada vitoriano pense o que é que pode fazer para tornar o nosso clube melhor.
Esta semana o Vitória completou cem anos de existência. Uma data a convocar memórias por parte de todos. Com tamanha longevidade, já não há ninguém que se lembre da história do clube na sua totalidade. Mas todos colecionamos momentos que nos marcaram nas nossas vidas de Rei ao peito.
Pela minha parte, são tantas. O primeiro jogo europeu, com o Aston Villa. Golear o Benfica com uma equipa de miúdos. Os jogos de vólei feminino no pavilhão do Inatel. O Paulinho a estourar com as defesas adversárias. O meu pai a abraçar-me quando marcámos o segundo contra o Sparta de Praga. A receção aos heróis de Madrid, no Toural. O 2-2 nas Antas, uma enchente inesquecível. A eliminação do Parma vista num café em Coimbra repleto de gente a olhar-me de soslaio. O pavilhão a abarrotar com uma extraordinária equipa de vólei. A terrível época da descida, em que nem o cordão humano nos salvou. A subida em Gondomar. A Champions que nos foi miseravelmente roubada. A conquista da Taça por entre tantas lágrimas. A chuva que para nós é sol. Estas e tantas, tantas outras.
Mas mais do que olhar para o passado, importa pôr os olhos nos próximos cem anos e sobretudo para o dia de hoje. É preciso que cada vitoriano pense o que é que pode fazer para tornar o nosso clube melhor.
Alguém escrevia por estes dias que o grande desafio do Vitória é transformar este capital humano extraordinário em energia positiva. É isso mesmo. E é esse contributo que todos temos que dar. Deixarmos de perder tempo e energia com o acessório e concentrarmo-nos no essencial. Percebermos que mais do que preocuparmo-nos com inimigos externos, temos é que promover o nosso valor. Ajudarmos em cada momento quem está à frente dos destinos do clube. Sempre pela positiva.
Se o conseguirmos fazer, não seremos seguramente um clube de sucesso adiado, mas sim um clube que nos devolve tanto ou mais do que aquilo que lhe damos. Parabéns, meu Vitória. E venham mais cem.