Para quando se esclarecer as pessoas com opiniões conhecedoras em vez de facciosas como as da BTV?
APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
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Apesar das vicissitudes próprias da necessária competitividade, o futebol é uma boa escola da vida, os jovens podem ali aprender, fazem-no nos treinos e nos jogos, que precisam dos outros para ganhar, que necessitam dos demais e é essencial à vitória existir harmonia do grupo, não obstante os melhores jogadores poderem, até, resolver a partida, mas sozinhos não o conseguiriam.
Zé Castro, defesa internacional que se apresta a pendurar as botas, dizia recentemente: «O futebol ensina-nos muita coisa, é uma aprendizagem para todos. Para o bem e para o mal ...», acrescentando «...temos de mudar a nossa cultura futebolística ...», «Somos muito ignorantes futebolisticamente falando. Não somos analfabetos, analfabetismo é quem não pode aprender. Quem pode e não quer é ignorante». «Cada vez há menos gente a gostar de futebol e a querer apenas ganhar, nem sequer gostam dos clubes».
Poucos, seguramente, terão parado um pouco para pensar naquelas palavras que, de facto, em si próprias encerram realidade insofismável. Triste, mas verdadeira.
Em exemplo de desportivismo futebolisticamente falando, quando será possível, em Portugal, observar adeptos de clubes rivais, como fizeram os do Liverpool e Man. United, relativamente à perda sentida por CR7 e família, unirem-se em uníssono rendendo homenagem a jogador de um deles?
Para quando, ao invés de estupidificar o adepto que assiste às transmissões televisivas, se esclarecem as pessoas com opiniões conhecedoras, clarificadoras e desvinculadas de facciosismo como as expendidas pelo relatador e comentador da BTV em relação à exibição de cartão vermelho ao guarda-redes Samuel no jogo da Youth League?
Indulgente
O árbitro, no dérbi de Alvalade, indulgente, olvidou sanções disciplinares. A pior ocorreu aos 61". Com Gilberto no chão, Nuno Santos, projetou biqueira da bota contra rosto daquele. Conduta violenta, vexante, sem respeito pelo adversário (nem no focinho de um animal se toca com o pé). Foi na frente do árbitro assistente e do quarto árbitro, com visão ampla para o VAR. Não expulsar jogador leonino demonstrou como os árbitros estão mais despertos para punirem bocas em detrimento da proteção da dignidade dos intervenientes.
Branquear
No Dragão, para os expoentes da falta de rigor, porventura medrosos de sempre, o árbitro terá atuado em excelso nível. Como é possível? Ações de obstrução deliberada com contacto físico (10" Sarabia vs. Pepe; 29" Ugarte vs. Fábio Vieira; 31" Gonçalo Inácio vs. Otávio) em visível atitude provocatória aos atingidos, nomeadamente primeiro e último, consabidamente os mais temperamentais dos portistas, passaram sem exigida exibição de cartão amarelo. De igual modo, Grujic abraçou e empoleirou-se em Coates! Fez penálti! Como branquear?