VELUDO AZUL - Uma opinião de Miguel Guedes
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Olhar para cima, a três pontos de distância, só parece confortável porque já olhámos a maior distância.
. A equipa já ultrapassou a sua fase mais negativa, a das indecisões que obrigavam a adaptações e testes individuais com reflexos no coletivo
Na próxima jornada, o FC Porto recebe o Benfica e não há como não pensar na aproximação final. A ambição. Até lá, manter a confiança e reforçar a consistência. A equipa já ultrapassou a sua fase mais negativa, a das indecisões que obrigavam a adaptações e testes individuais com reflexos no coletivo, somando resultados menos bons que - felizmente - não comprometeram nenhuma das competições.
Na Liga, a perda de pontos em Vila do Conde e no Estoril foi amenizada pelos dois pontos que o Benfica deixou em Guimarães. Na Liga dos Campeões, a hecatombe caseira com o Brugge foi compensada pelo percurso absolutamente excecional dos belgas. Liga dos Campeões, Taça de Portugal e Liga Portuguesa. O calendário dita quatro deslocações nos próximos cinco embates e não há partida que não convoque um xeque-mate.
Apesar de estar a perder algum do fôlego inicial, este Portimonense soma o melhor arranque na Liga de que há memória. Como os primeiros minutos provaram, só a melhor versão do FC Porto poderia vencer o jogo. Muito mais sólido e consistente, foi esse Dragão que reapareceu, sabendo do que era capaz e o que tinha a fazer. Com mais saúde física do que aparentava há um mês, ganhou num jogo sempre controlado com autoridade e desenvoltura, soluções várias e pressão alta. Com a progressão de Rodrigo Conceição e Wendell nas laterais, Zaidu e João Mário deixam ser correntes únicas numa engrenagem onde Manafá poderá vir a ser muito útil. A alternância assim o indica: Sérgio Conceição vai apostando em cada um deles, gerindo-os nas diversas competições, deixando claro que a luta por um lugar no 11 será muito fruto do "punch". Sem titulares indiscutíveis nas laterais, a rotatividade é eminentemente física.
A equipa já interpreta soluções diversas e os próximos ensaios de consistência vão exigir a afirmação dessa mesma diversidade.
Com Uribe e Eustáquio a cimentar a complementaridade num meio-campo que parte da base de um 4x4x2 clássico para fazer estragos, é nos "baixinhos" e superlativos Otávio e Pepê que a equipa assenta a base existencial da sua organização ofensiva. A ausência de Pepe força o acerto entre David Carmo e Fábio Cardoso. O quarteto defensivo será objeto de grandes testes no futuro imediato, e será neles que os nossos adversários procurarão explorar debilidades. Taremi é o referencial máximo de golos e assistências. Evanilson e Galeno são duas formas de atacar o adversário, seja pelo impacto físico no confronto ou pela velocidade na exploração dos espaços. A equipa já interpreta soluções diversas e os próximos ensaios de consistência vão exigir a afirmação dessa mesma diversidade.