APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
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Neste jornal, na edição da passada quinta-feira, pela pena de Carlos Pereira Santos, conferiu-se interessante abordagem estatística sobre desenrolar da primeira volta da Liga Bwin. De entre os itens ponderados, a atuação disciplinar da arbitragem não foi esquecida.
Como o saudoso Paulo Paraty, em tempos idos, dissera sobre este escrevedor, a comparação com as cinco principais ligas, serviu para apelidar os árbitros de mais rápidos que Lucky Lucke.
Não se nega a evidência do número de incidências disciplinares ocorridas nas primeiras dezassete jornadas, porém seria interessante analisar criticamente onde é que a exigência mais se fez sentir. Olhando-se, apenas, à utilização do cartão vermelho, terá esta acontecido mais por ação direta dos faltosos sobre os adversários ou por palavras dirigidas à equipa de arbitragem? Na primeira situação, a exibição daquele cartão deveu-se a rigor exacerbado do colégio arbitral ou incapacidade dos jogadores das equipas portuguesas na destrinça do que é virilidade em contraponto com conduta violenta ou brutalidade? Apesar dos números verificados, não poderá, também, ser dito os árbitros não terem sido suficientemente rigorosos na aplicação das regras?
Olhando exemplos recentes, "entradas por cima" ou "sola na frente" atingindo adversário sem que este tivesse fuga possível, que ficaram impunes, a média apresentada peca por escassa.
Agressividade
A agressividade positiva, aferida pelo empenho, querer e determinação na conquista da bola é, constantemente, mal exercida pelos jogadores das equipas nacionais e pior interpretada pela maioria dos árbitros. Estes punem ações de veemente determinação, mostrando-se indulgentes perante comportamentos que colocam ou são capazes de colocar em risco integridade física dos adversários.
Três tipos
Por cá, há três tipos de árbitros: 1) incompetentes - incapazes de destrinçarem agressividade (boa) de violência ou brutalidade; 2) temerosos - qualquer ação mais determinada, leva-os a pensar "ai Jesus, que horror" e de pronto apitar; 3) irresponsáveis e presunçosos - dizendo-se "apitarem à inglesa" (???), é um fartar vilanagem, desconsideram atingidos em ações faltosas.