O que se retém da retoma das Ligas Bwin e SABSEG é a continuação da arbitragem entregue nos braços de menestréis pelintras
APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
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Depois de prolongado período de seca, com as folhas a emurchecer, grandes glóbulos de água vieram para causar dano. Riachos inundaram as valetas, lençóis de água estenderam-se dos botaréus; torrentes ensoparam e danificaram patrimónios, porém, na enxurrada, não levaram truísmos habitual e ardilosamente parasitados na arbitragem pela "guilda" (com ressalva, porquanto árbitros não são artesãos).
Após quarenta dias de interregno das duas principais competições, período em que, apesar de asnadas decisões ocorridas em múltiplos jogos do mesmo, podia haver ganho de conhecimento, também de afirmação através de exercício efetivo de domínio de decisões, o que se retém da retoma das Ligas BWIN e SABSEG é a continuação da arbitragem entregue nos braços de menestréis pelintras, deixando a desconcertante sensação de tudo poder acontecer por ausência de política interpretativa assertivamente explicitada.
Durante período de paragem, em jogos da Allianz Cup (Taça da Liga), punição adequada de lances de potencial violência, objetiva ou negligentemente perpetrados, dissipou-se na espuma do esquecimento, sobrevindo confrangedora noção de agonia e perda de autoridade, como se espíritos maléficos teimem em perturbar o que já por si e de "motu próprio" se auto perturba por notória insuficiência de aptidão.
O mais confrangedor é adivinhar-se o que sucederá após final do atual consulado dirigente. As movimentações que ocorrem por esse país fora em busca de apoios para as eleições federativas previstas para 2024, desenvolvidas por personalidade que, em passado recente, potenciou a qualidade sofrível ora existente no quadro superior da arbitragem, não auguram melhor futuro.
Desrespeito
Falando de futuro da arbitragem é difícil projetá-lo diferente do presente, sobretudo a respetiva gestão. Análise atenta aos procedimentos de quem gere o setor, nomeadamente no momento das nomeações, sem culpa dos diretos interessados que são os árbitros, concede visão ampla sobre equilíbrios e apoios necessários ao exercício de cargos dirigentes. Nomear filiado considerado como mais qualificado para o jogo tido como mais importante da jornada é interessante. Não ponderar passado do referido árbitro em jogos com um dos emblemas envolvido é desrespeito.
Sem hipocrisia
Começa hoje um novo ano. Votos de melhores venturas fizemo-los na semana anterior, por ocasião do Natal, embora projetados a partir de hoje. Palavra de apoio e inventivo aos leitores, pode ser encarada como "graxa ao cágado". Que seja! Porém, sem hipocrisia, não sendo viável sermos todos administradores da TAP, que 2023 permita concretização dos projetos mais desejados a cada um de V. Exas. Um pedido se deixa, neste ano: ajudemos o futebol e o desporto em geral a serem melhores, promovendo e incentivando comportamentos mais responsáveis e respeitosos.