O que se passou após o segundo golo do Portimonense foi uma vergonha em três atos
PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Opinião de José João Torrinha
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1 - O que se passou após o segundo golo do Portimonense foi uma vergonha em três atos.
O primeiro foi protagonizado por Yago Cariello que de forma absolutamente gratuita teve um miserável gesto provocatório que eu nunca antes tinha visto num jogo de futebol. Um gesto que lhe valeu um singelo cartão amarelo. A mesma punição que um jogador recebe quando tira a camisola.
O segundo ato é ainda pior que o primeiro. Porque depois daquele gesto tresloucado só restava uma coisa ao jogador: pedir desculpa. Mas não, de forma covarde, o jogador preferiu justificar-se com um falso comportamento racista que mais ninguém ouviu senão ele. E assim acrescentou miséria à miséria.
Mas para que a coisa ficasse totalmente deprimente faltava ainda a cereja no topo do bolo: o Conselho de Disciplina da FPF, volvida quase uma semana sobre o assunto, limitou-se (até agora) a aplicar uma multa de 21 euros. Em contrapartida, claro, o Vitória já foi devidamente multado nuns milhares. E é assim que saudavelmente se promove o futebol português. Estamos todos de parabéns.
2 - O caso Yago levanta ainda outra questão pertinente: a política de comunicação do Vitória. Sobre o incidente começou por falar o vice-presidente Nuno Leite. Ao contrário do que cheguei a ler, não vejo problemas em que seja o vice para o futebol a pronunciar-se. Seguramente que assim foi articulado com o Presidente. Dito isto, o Vitória deve ter uma voz única sobre estes e outros assuntos. Decide-se quem fala e depois fala essa pessoa e mais ninguém. A cacofonia raramente dá bons resultados.
3 - A semana terminou com a notícia da saída de André Almeida para o Valência. Claro que o valor desportivo do atleta recomendaria que ficasse. Todavia, olhando friamente para as circunstâncias, penso que foi uma boa opção para todas as partes. O atleta vai jogar numa das melhores ligas do mundo, num bom clube e seguramente com excelentes condições financeiras. O Vitória recebe um valor justo pelo que o jogador vale neste momento. Não nos esqueçamos que o André já anda pela primeira equipa há uns anos, que todas as épocas mostra enorme potencial, mas que ainda não explodiu.
Dito isto, veremos como se colmata a sua saída: se com o jovem Zé Carlos, recém-chegado do Varzim; se com o veterano André André; se com Janvier, alguém que se não perceber que é agora que tem de render a 200% para agarrar o lugar, nunca mais sairá da cepa torta.