Desde a chegada de Kuntz, a Turquia tem evoluído para um jogo taticamente mais equilibrado.
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1 - Mais do que o seu estado de alma, a seleção turca tem evoluído desde a chegada do alemão Stefan Kuntz (que substituiu Senol Gunes depois da goleada 6-1 sofrida na Holanda) para um nível de jogo taticamente mais equilibrado em termos de consistência defensiva.
O onze turco como que passou a ter uma postura mais conservadora e assim tornou-se mais perigoso
Dessa forma, deixa de ser a tradicional equipa que era muitas vezes surpreendida em contra-ataque, embora esse facto sucedesse mais nos jogos em casa onde, impulsionada pelo seu público, adiantava-se demais e depois ficava desequilibrada atrás.
Ou seja, após essa goleada, o onze turco como que passou a ter uma postura mais conservadora e assim tornou-se mais perigoso e que, a jogar em Portugal, talvez se posicione num bloco mais baixo para depois explorar o contra-ataque. Parte de um sistema preferencial de 4x4x2, mas contra a seleção lusa o mais provável será jogar em 4x5x1, metendo mais um médio e deixando o ataque para a referência veterana nº 9, Burak Yilmaz com o talento criativo Çalhanoglu a organizar e a romper desde trás para rematar, como um nº 10, segundo-avançado.
2 - O maior perigo em termos de velocidade de contra-ataque (previsivelmente a arma ofensiva a ser mais preparada para bater Portugal) é Çengiz Under, arrancando desde a faixa e com remate fácil (no ataque pelos flancos, atenção também à qualidade do lateral-direito Çelik, fecha bem e sobe com muito critério).
É, no entanto, uma equipa também forte a segurar no meio-campo, com Ozan Tufan, que mescla muto bem a missão de recuperador de bola com o seu transporte para chegar à frente, tendo fixado Ozdemir mais atrás, à frente da defesa sempre estruturada numa clássica "linha de 4" chefiada pela imponente dupla de centrais Demiral-Soyuncu, muito experiente, a chefiar um sector que é algo pesado no jogo de cintura a defrontar avançados criativos no um-para-um, mas que, com bom jogo aéreo, quando baixa o bloco, aguenta bem posicionalmente.
3 - Não é, portanto, um adversário para, nesta fase de transformação, querer ter a iniciativa do jogo. Vai recuar, montar um 4x5x1(estendido 4x4x1x1 com o segundo-avançado, Hakan Çalhanoglu, atrás do nº 9, Burak Yilmaz, e um ala muito veloz, Çengiz Under, a romper com golo) e a tentar esperar o seu momento no jogo para contra-atacar.