PASSE DE LETRA - Um artigo de opinião de Miguel Pedro.
Corpo do artigo
1 Quem quiser perceber bem o resultado da "novela" que foi a "contratação" que nunca o foi de Ricardo Horta pelo SL Benfica poderá olhar para o relatório de apresentação das contas da época passada: a atual situação financeira do SC Braga, com capitais próprios positivos superiores a 42 milhões de euros e uma autonomia financeira superior a 46 % transmite a total certeza de que a SAD bracarense nunca venderá por absoluta necessidade de tesouraria (com a corda na garganta, como diz o povo) e que, por isso, nunca fará um mau negócio.
Sabemos bem que o SC Braga, pelas suas circunstâncias patrimoniais e financeiras, é um clube que tem que vender jogadores (chamados ativos financeiros). Formar bem e vender melhor.
Mas para se vender bem, tem que haver a estabilidade financeira necessária que permita fazer bons negócios. E isso está assegurado. Este é o caminho da estabilidade: estabilidade para o plantel, das soluções para o treinador, do caminho a seguir, sem grandes sobressaltos. E, neste percurso estratégico, de longo prazo, não é o resultado negativo da passada sexta-feira que nos fará desviar um milímetro que seja, nem nos fará esmorecer. Isto porque, neste campeonato dos indicadores patrimoniais e financeiros e no da estabilidade, somos verdadeiros candidatos ao título.
2 Que dizer do jogo de sexta-feira? Que, num jogo contra o Porto e em casa deste, seria necessário, para o vencermos, que as coisas (as incidências do jogo) nos corressem todas bem e todas mal ao FC Porto e que o que aconteceu foi ao contrário: tudo a correr bem ao Porto e menos bem ao Braga. É certo que não nos demos bem com a pressão inicial dos portistas, que começaram mais agressivos e com mais vontade de ganhar, mas também é certo que até surgir o primeiro golo, o Porto não tinha criado nenhuma oportunidade. E que não marcou só um, mas dois seguidos. E que Medeiros teve tudo para reduzir antes do intervalo. E que, num início de segunda parte em que fomos bem superiores, mandamos bola ao poste, reduzimos para 2-1 e, no nosso melhor período, o Porto marcou o terceiro, em contra-ataque. E que, depois disso, tudo ainda correu pior e Matheus foi expulso. Há dias assim, e, claro, o Porto foi superior e ganhou bem. Os deuses ou os astros ou lá quem manda nos ditames da sorte e do azar ou das incidências dos jogos estiveram a favor do Porto. Faz parte. do jogo.