A JOGAR FORA - Uma opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - Alguém tem dúvidas de que Cristiano, na linha do que tem sido a sua desastrada época, estava a fazer um péssimo jogo com a Coreia? Para o Goal Point e o Sofa Score, que fazem análises objetivas, o capitão foi o pior jogador português.
Quando foi, tarde e más horas, substituído, reagiu mal e mandou uns desrespeitosos desaforos pela boca fora
Aliás, 65 minutos em campo foi tempo a mais para tão pouca produção - mas quando foi, tarde e más horas, substituído, reagiu mal e mandou uns desrespeitosos desaforos pela boca fora. Culpa de quem lhe concedeu a desmesurada importância que ele continua a achar que tem, não obstante se encontrar numa fase de acentuado declínio da sua (brilhante) carreira.
2 - Quem tem saco para aturar as análises futebolísticas do Presidente? Mal os jogos da Seleção acabam, os jornalistas, pois que remédio, precipitam-se para junto de Marcelo e ele agradece: acha, sempre achou, que percebe muito de futebol, pelo que de imediato despeja um monte de alegres e dispensáveis banalidades sobre as prestações da equipa nacional (já o fez até, vejam só, na zona mista!). Ainda o haveremos de ver a dar dicas e táticas ao amigo Fernando Santos.
3 - Haverá outro país em que os mais altos dignatários da Nação corram, à vez, para o Catar, com a ridícula justificação de que vão apoiar a Seleção?
4 - Em 1863 foram criadas as primeiras 13 regras do Football Association, em 1904 foi fundada a FIFA, em 1930 teve lugar o primeiro Mundial, mas foi preciso chegar a 2022 para que o tempo extra fosse medido, não a "olhómetro" pelo árbitro, mas através de uma contabilização mais precisa dos tempos mortos do jogo - intervenções do VAR, celebração dos golos, substituições, exibição de cartões, lesões, etc. - a cargo do quarto árbitro. Tão óbvio que o espanto é terem necessitado de todo este tempo para lá chegar. Que a nossa Liga adote os mesmos procedimentos já a partir da próxima jornada - a bem do respeito por quem paga para ver os jogos com menos tempo útil da Europa.
5 - Um sábado, tarde e más horas por causa dos jogos do Mundial; uma noite fria a empurrar para o quentinho do futebol televisionado; um adversário da Liga 2, pouco convidativo, portanto; e uma competição sem o apelo das que conduzem multidões aos estádios. Mesmo assim, o Benfica-Penafiel teve nas bancadas da Luz 43 263 espetadores! Nenhum dos três jogos da Champions disputados em Alvalade atingiu tal número, e no Dragão só a visita do Atlético de Madrid permitiu ultrapassá-lo. Mais uma pequena achega para ajudar à determinação do modelo de distribuição dos direitos audiovisuais, se alguma vez estes vierem, enfim, a ser centralizados.