VELUDO AZUL - Há três caminhos para esta época e nenhum deles pode dispensar competência. Com vários lugares em jogo na Liga nacional, não há ainda nenhuma hipótese que se encerre, embora se sinta uma gestão baseada em confiança nas denominadas "segundas linhas"
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Colocar discernimento no jogo, domar o peito ansioso e acabar com inteligência e coração. O jogo com um Estoril bastante preparado, capaz de explorar as fragilidades expostas do FC Porto enquanto esperava por um golpe de sorte, foi um teste emocional sobre como chegar à praia nadando sem grande pé. Com um areal no nome, o conjunto de Ricardo Soares foi movediço para o adversário, eficaz q.b. e esteve perto de alimentar uma despedida precoce azul e branca. A inteligência emocional que o FC Porto revelou nos momentos em que se deixou empatar, ainda assim, foi uma demonstração de que continua ligado e à espera de uma oportunidade que fez não depender só de si.
Há três caminhos para esta época e nenhum deles pode dispensar competência. Com vários lugares em jogo na Liga nacional, não há ainda nenhuma hipótese que se encerre, embora se sinta uma gestão baseada em confiança nas denominadas "segundas linhas". Tanto em Chaves como com ao Estoril, houve um espaço que se abriu na frente nacional para Grujic, André Franco, Toni Martínez, Namaso, Rodrigo Conceição e Fábio Cardoso. Com as primeiras quatro apostas a valerem golos que somaram duas vitórias, não deixa de ser reconfortante saber que há trunfos que são guardados para o Inter, na próxima terça-feira, sendo certo que tal nunca aconteceria se estivéssemos mais próximos da liderança no campeonato.
Francamente indecisos sobre David Carmo, far-se-á no fim a equação sobre o que acrescentaram os reforços. A entronização de Eustáquio e o crescimento de Namaso são evidentes, parecendo ser os dados mais sustentados de crescimento. Se à dimensão nacional são uma mais valia, na medida europeia não entraram nas opções de fundo, pelo que se percebe que não há ninguém que tenha vindo para baralhar de novo.
Os jogos do Benfica em Vizela e do Gil Vicente no Dragão marcaram uma nova perspectiva que elevou a passagem aos quartos de final da Liga dos Campeões como objectivo maior. A afinação europeia do FC Porto é histórica e indesmentível. Competitividade. Há quem trace loas a uns e denigra tudo o que Sérgio Conceição conseguiu nos últimos anos, comandante de uma equipa que traz no regaço o pleno das competições nacionais. Ver-se-á de que estofo é feita esta equipa quando lhe atiram com a morte prematura em competição. De qualquer dos ângulos, "longos dias tem esta época". Não há adepto que não repita o mantra, repleto de esperança ou de suspeita fundada. A confirmar.