Jorge Jesus está a ser protagonista de uma história com um enredo complicado, mas que já conhece a vítima principal, o Benfica
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1 - Primeiro foram o cravos, a 25 de abril de 1974, depois foi a Gabriela Cravo e Canela, que em 1977 chegou a reboque da nova arte de respirar em Portugal. O país mudou muito a partir daí.
Vencido o PREC, foi a vez de Portugal aderir ao mundo mais aberto que nos oferecia o país irmão. De Gabriela nunca iremos esquecer a sedutora Sónia Braga, e aquela incrível subida ao telhado para apanhar o papagaio do Tuísca, ou Tonico Bastos e a sua atração pelas viúvas, entre um riquíssimo leque de personagens que deram vida na televisão ao excelente romance de Jorge Amado.
Ficou-nos desde aí um gostinho especial pelas telenovelas e rapidamente o desporto aderiu a 100 por cento. As novelas no futebol animam especialmente os defesos futebolísticos. Mas vão para lá do defeso.
Temos agora a novela Jorge Jesus, mais uma vez, um homem sedento de protagonismo, tem atores brasileiros também - os dirigentes do Flamengo que passaram cá o Natal, e depois há a vítima da história, o Benfica. Até podem dizer que o foco da equipa está sempre nos jogos, como disse João de Deus. Não foi isso que se viu no Estádio do Dragão. Na realidade, os jogadores do Benfica estavam ainda espantados com o enredo que a novela Jesus ganhou e nem viram Evanilson e seus pares passar por eles. Percebe-se, o Parlamento também parou para ver o último episódio da Gabriela...
2 - E por falar em Taça, desculpem este desabafo muito pessoal. Gosto da Taça de Portugal. Agora ainda mais. Confesso, sou do Leça. Estive como adepto, com os meus filhos, o Cajó e o Rodrigo, a vibrar com aquela vitória. E eles também. A Taça tem algo de mágico, que faz sonhar. Eu acho que todas as equipas que saem da Taça de Portugal antes da final devem ficar muitos tristes, têm mesmo de ficar muito tristes. Como estarão neste momento os jogadores do Benfica, enquanto aguardam o fim da novela.