Ignorância ou cobardia

Sobre decisões de arbitragem causadoras de lances polémicos que têm enxameado o nosso futebol (sempre existiram, porém, hoje, menos aceitáveis devido à utilização da ferramenta VAR) e na última semana e meia mais ruído proporcionaram, principalmente porque um dos afetados, de acordo com dizer da maioria dos palradores e no escrevinhar de análogos, a "alma mater" (SLB) do futebol português, como se os demais participantes, sofredores do mesmo mal, não contem para a equação, confundir incompetência dos principais fautores da discórdia, os árbitros, com alegadas ameaças e coações que ninguém demonstra ou faz prova, olvidando ineptidão de quem os dirige e instrui, é tapar sol com uma peneira.

É prolongar varrimento de lixo para baixo do tapete.

É, implicitamente, dar cobertura e contribuir para a prossecução da ignorância, da indestreza, da cupidez e do oportunismo de uns quantos que, inábeis a suprirem necessidades base próprias, sem jeito para desenvolverem profissões dignas, por conta própria ou de outrem, onde o rigor é exigível e o escrutínio feito aferindo produtividade e qualidade, onde a culpa não morre solteira nem é alijada para terceiros, gente insolvente ou falida que aproveita o futebol, no caso a arbitragem, para suprir limitações de pobreza económica e cerebral.

Na atualidade, a comunicação é parte essencial no desenvolvimento e divulgação de qualquer atividade. Vivendo o futebol do mediatismo, a arbitragem carece de clarificação e elucidação. Assim, só se concebe o ensurdecedor silêncio existente no topo dirigente do setor por evidente comodismo, quiçá incompetência, ignorância ou cobardia intelectual deixando dirigidos à mercê dos algozes.

Greve?
Será que a greve que grassa na digna classe dos professores terá chegado aos centros de treino dos árbitros? Em alguns daqueles locais terão os preparadores físicos se solidarizado com os grevistas deixando de cumprir a sua missão? E os nutricionistas, largaram o acompanhamento que faziam? Terá havido contenção de despesas? Aqueles profissionais não eram pagos a horas? De facto, alguns dos últimos jogos, têm proporcionado visionamento de árbitros demonstrando inestética proeminência adiposa no abdómen e ventre, como foi/é o caso de Manuel Mota, Manuel Oliveira e Tiago Martins.

Vídeo
O vídeo, não estranha e rapidamente retirado de circulação, mostrando o presidente do SLB, no átrio das cabinas do Estádio de Braga, no final do jogo, dirigindo-se ao árbitro, é elucidativo da presunção de superioridade de quem se julga o maior, intocável, dono de tudo e mais não sei o quê. Salvo árbitro e presidente encarnado serem amigos de longa data, terem andado na escola, conviverem amiúde, entre ambos existir à-vontade concedente de tal liberdade, foi aviltante ver o segundo, em óbvio e notório comportamento de falta de respeito e educação, tratar o primeiro por "tu".