APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
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Avaliar um árbitro é muito mais que referir um penálti mal, bem ou não assinalado, cartão amarelo ou vermelho, mal, bem ou não exibido.
Exige atenção a vários itens, uns mais preponderantes que outros. Apresentação, postura, relacionamento (inclui respeitar e dar-se ao respeito), autoridade, independência, autonomia, pertencem à individualidade, à personalidade intrínseca do avaliado, porque ensinados, educados e inculcados desde o berço.
Há os que têm, outros, por muitas que sejam as habilitações (um burro carregado de livros é doutor) não! Domínio das regras, efetiva compreensão das múltiplas interligações e consequências das mesmas, capacidade de interpretar factos e a estes aplicar adequadamente (bom senso) a norma, perceber o jogo, entender as nuances que este propicia, são atributos aprendidos e desenvolvidos na função e dependem da maior ou menor cognição do observado.
Há, também, os aspetos físicos (movimentação, capacidade de reação e recuperação), colocação no terreno, entendimento com árbitros assistentes e sinalética. Com a inclusão de um tempo de espera (wait and see) para assinalar uma falta podendo retroceder, depois o advento do VAR, o domínio da denominada "Lei da Vantagem", predicado que distinguia trigo do joio (árbitros competentes dos outros) diluiu-se por completo, deixou de haver diferenças é tudo igual, tudo farinha do mesmo saco.
Se tecnicamente é obrigatório apoderamento total, na disciplina impera equilíbrio e sensatez. Não punir igual o que é diferente impõe-se. Sancionar disciplinarmente para "equilibrar as contas" ou abafar ruídos de contestação, é próprio de cobardes, medíocres, incompetentes. Há muitos!
Jamais
Se um árbitro, disciplinarmente, pune igual faltas de gravidade distinta, não usa de bom senso, adultera essência do jogo. Se o faz uma vez, acontece, se reitera semana após semana, jamais será bom árbitro. O usuário do apito no Braga-Benfica, aos 8", quando Abel Ruiz armou o cotovelo e atingiu contrário no pescoço (conduta violenta), ao invés do cartão vermelho exibiu amarelo. Aos 26", bem, assinalou livre direto quando Vertonghen passou a mão pela cabeça de Ricardo Horta. Mal, admoestou-o com cartão amarelo. Porquê?
Vírus
Palhinha, ano passado, foi mal punido com cartão amarelo. Era o quinto, ficava fora do jogo seguinte que era com o Benfica. Foi um charivari do caraças, uma palhaçada do catano promovida pelo Sporting com beneplácito de gente da justiça. Este ano voltou a ver injusto cartão amarelo, novamente quinto, mas como limpa castigo na jornada antes do jogo com o Benfica, o SCP meteu viola no saco! Vírus da hipocrisia, incoerência e ausência de integridade na defesa dos valores futebol passou a afetar dirigentes do SCP.