Na antecâmara do Mundial, em plenos dias de Liga das Nações e, inclusive, já depois de Fernando Santos ter anunciado a convocatória, Rafa decidiu renunciar à Seleção.
Corpo do artigo
Na antecâmara do Mundial, em plenos dias de Liga das Nações e, inclusive, já depois de Fernando Santos ter anunciado a convocatória, Rafa decidiu renunciar à Seleção. No pior timing possível.
Há reflexões que saltam do caldeirão. Em primeiro lugar por uma questão de país, porque está a representar 11 milhões de pessoas que não foram convocadas. Depois, se jogou pouco ou não, que o digam também André Silva, Gonçalo Guedes ou João Félix. E isto também não é uma questão de minutos, porque só o facto de lá estar dá soluções ao selecionador e provoca a dúvida na equipa contrária.
Os motivos pessoais são sempre respeitáveis mas não podem ser usados como escudo para tudo. Com aquele ar de quem festeja um golo e tempera uma salada com a mesma reação, o justo destino subvaloriza quem se subvaloriza. Mas não lhe retira um talento excecional. Indiscutível.
Porque quem está no banco também joga. Por último, também não é uma questão de dedicação exclusiva ao Benfica, porque a Seleção também não ocupa assim tanto tempo nas contas de um jogador profissional. E Rui Costa pode explicar-lhe.
Os motivos pessoais são sempre respeitáveis mas não podem ser usados como escudo para tudo. Com aquele ar de quem festeja um golo e tempera uma salada com a mesma reação, o justo destino subvaloriza quem se subvaloriza. Mas não lhe retira um talento excecional. Indiscutível.
Godwin
Jogador de aba larga
José Peseiro convocou para a seleção da Nigéria um elemento dotado de grande talento e que tem sido uma das revelações deste início de temporada e da equipa do Casa Pia. Muito forte, explosivo e hábil em situações de um contra um, Godwin consegue ocupar várias posições da frente de ataque com uma eficácia considerável. Sem estranhar cenários, foi decisivo frente a Paços de Ferreira e Boavista (só para dar alguns exemplos) e confirma todos os excelentes créditos que trouxe da temporada passada - foi um dos responsáveis pela subida de divisão dos "gansos". E ainda tem faro de golo em todos os momentos do seu jogo. Com condições para voar mais alto.
Manafá
Chegou a serenidade
É uma dupla boa notícia: em primeiro lugar pelo regresso do jogador após uma grave lesão; depois, pelo facto de Manafá ser a pedra que faltava à necessária estabilização do corredor direito portista. Com João Mário a atravessar uma crise de confiança e Rodrigo Conceição a ser uma solução ainda em processo de desenvolvimento, nada como ter dentro de portas um jogador que oferece garantias de rendimento imediato: velocidade, boa ligação entre setores e perceção do pensamento do seu treinador, o regresso de Manafá à competição dá outros trunfos a um dragão forte mas a precisar de algumas afinações táticas.
William Carvalho
Determinante
O melhor Portugal é o Portugal de William Carvalho em boa forma. Veja-se o que aconteceu no lance do segundo golo: circulação de bola no miolo, nos dois corredores e sempre com o pêndulo William Carvalho como referência. No terceiro golo, contribuição preciosa para a criação da zona de tiro de Diogo Dalot. Ambidestro, roda para os dois lados sem qualquer problema, mostrando habilidade a sair de forma fácil de fortes zonas de pressão e, também, condiciona sempre as linhas de passe do adversário. Ontem, frente à Chéquia, mostrou que está pronto para recuperar todo o protagonismo com a camisola da Seleção.
Os pormenores de Veron
Não é alto mas frente ao Estoril apareceu na área a cabecear e quase marcou. E agora acelera na zona certa, com mais critério no último passe. Há ainda uma autoestrada para Veron percorrer mas os detalhes têm vindo à tona: grão a grão, as suas exibições têm sido melhores a cada jogo que passa. Há humildade, há potencial.