VELUDO AZUL - Um artigo de opinião de Miguel Guedes.
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Perguntam os adeptos do FC Porto. Coloca-se a hipótese de Nuno Almeida querer prejudicar Tiago Martins. Coloca-se a hipótese de Tiago Martins querer fazer exames sucessivos à visão túrbida de Nuno Almeida. Coloca-se a hipótese de ambos quererem baixar a nota um ao outro. Duplas instáveis.
Coloca-se outra hipótese, a aventada por Sérgio Conceição: a de haver muita falta de carácter no futebol português.
As faltas que Mehdi Taremi sofre dentro da área, assemelham-se a acidentes naturais que, naturalmente e como tal, desobrigam os árbitros a marcar qualquer penálti. Como referiu Conceição, não se percebe o ambiente que se criou em tornos de dois ou três jogadores da equipa. O mesmo Nuno Almeida que deu sinal verde, também enquanto VAR, à expulsão de Taremi no Paços-FC Porto, ontem persistiu, mas em versão ultraje. O futebol português merece mais.
O que aconteceu no Dragão num jogo que o FC Porto controlou a tempo inteiro, é um compêndio de alertas para os jogos que venham aí e sejam a doer. Podem alterar as leis do jogo se um empurrão claríssimo com os dois braços nas costas de Evanilson não é penálti, desequilibrado e grosseiramente impedido de rematar normalmente à baliza (rematou já em queda e com "fair play", nunca se "fazendo" à falta). Podem até matar as regras. Elas já não são iguais para todos. Ficaram três penáltis por marcar e uma expulsão foi perdoada a Abascal. Classificar esta arbitragem é qualificar o lado negro do futebol.
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Voltar ao primeiro lugar após a vitória no dérbi da cidade tem um gosto especial. Se o que aconteceu nos Açores não pode ser esquecido, foi essencial sentir a equipa ligada, comprometida, regressada aos índices de competitividade e controlo de jogo que patenteou em todos os jogos após o misterioso desaparecimento em campo frente ao Liverpool.
O lugar mágico de Luis Díaz está a acontecer perante os nossos olhos e é exuberante. Vive soberbo nos diversos momentos do jogo, afinado em todos pormenores, como recebe, como arranca, como desequilibra. Marca o primeiro golo, assiste para o quarto e, com Otávio, municia a nova dupla que não desarma no ataque do Dragão desde o jogo com o Paços: Taremi e Evanilson. Esta dupla oferece algo distinto e mais refinado ao jogo ofensivo da equipa. Mesmo que Toni Martinez continue a ser opção na frente de ataque, é fundamental que no plantel se possa contar-até-3-inclusive em golos. Mas este é o tempo de Evanilson. Load ``´ (Enter), carregou à primeira. Como foi bonito o romantismo daquele golo do Danny Loader, logo de calcanhar e em estreia absoluta, no dia em que Tengarrinha, jogador da formação do FC Porto que também vestiu de xadrez, tristemente nos deixou.