APITADELAS - Um artigo de opinião de Jorge Coroado.
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Algumas arbitragens da quarta eliminatória da Taça de Portugal comprovaram, de modo genérico, a manifesta falta de qualidade e aptidão, só suplantadas pela evidente arrogância e ausência de bom senso da maioria dos atuais árbitros do quadro superior.
De facto, algumas decisões, ou não decisões revelaram bem como, dependentes que estão do apoio concedido pelo VAR, mesmo que errado, esta é geração da playstation, incapaz de autonomia, discernimento e decisão.
O penálti assinalado por Cláudio Pereira (já deu sobejas provas de inabilidade) em Guimarães, incontestável e inapelável contributo para a eliminação do Vizela, foi, inquestionavelmente, elucidativo daquela realidade, mas a culpa não foi dele, é de quem teima querer fazê-lo árbitro de primeira categoria. A expulsão de Sérgio Conceição diante do Mafra, após pontapear a bola em desagrado pela indulgência disciplinar de Hélder Malheiro que, no espaço de um minuto, deixou duas faltas negligentes e perigosas praticadas sobre Galeno e Grujic sem punição técnica e sanção disciplinar (cartão amarelo), foi objetiva expressão de autoritarismo bacoco, revelador de alguém sabedor das suas fracas qualidades e que, publicamente, não admite ver colocada em causa a sua declarada ineptidão. Muitas luas atrás, João Pinto, jogador de excelência, integrante de clube dominante, destacava-se por, suposta e recorrentemente, sofrer falta sem que esta fosse assinalada.
Na verdade tinha "apetência natural" para cair. Idolatrado, excedia-se nas reclamações. Em dia de dérbi, o árbitro teve com ele conversa prévia, fez-lhe sentir inconveniente das simulações. Naquele e nos jogos subsequentes com mesmo árbitro, o jogador foi impecável.
Autoridade? Onde?
A gritante falta de autoridade e personalidade dos árbitros observa-se nos pormenores. Desde o início da época se verifica guarda-redes a utilizarem camisolas cujas cores se confundem com a camisola dos árbitros ou jogadores adversários. A Lei IV é clara: "Cada guarda-redes deve usar um equipamento de cores que o distinga dos outros jogadores e dos elementos da equipa de arbitragem", também "Se as camisolas dos dois guarda-redes forem da mesma cor e nenhum deles tiver outra camisola, o árbitro deve permitir que o jogo seja disputado". Porquê condescenderem?
Cabisbaixo
É confrangedora a falta de personalidade dos árbitros que, ao agirem disciplinarmente sobre um jogador, evitando contacto visual com o sancionado, refugiam-se no cabisbaixo ou, pior, exibem o respetivo cartão com o visado de costas e a afastar-se (é frequente). De igual modo, institucionalizou-se não isolar o atleta como está determinado. Inaceitável, também, é ver-se como alguns jogadores reagem a uma advertência. As grosserias dirigidas ao árbitro, sem que este atue em conformidade, não devem passar impunes. Ser árbitro é bem mais do que soprar o apito.