PLANETA DO FUTEBOL - Uma análise de Luís Freitas Lobo
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Jogar sem João Mário vai implicar uma mudança de conceito para o sistema de Roger Schmidt. Desaparece o terceiro-médio escondido como falso-ala que se mete a pegar no jogo por dentro e não existe ouro jogador com igual cultura tática para fazer esse papel de equilíbrio/desequilíbrio no modelo de jogo encarnado.
Como a adversidade atual pode ser vista no futuro como chave do crescimento
A possibilidade de jogar com dois extremos abertos só pode garantir a mesma relação equilibrada entre setores se esse terceiro médio passar a aparecer, de raiz no sistema, como interior. Ver um Benfica em 4x3x3 não seria, porém, uma mudança de ideia de jogo, mas sim uma variante dentro do mesmo modelo adaptando-se às circunstâncias.
O jogo em Famalicão terá esse atrativo tático que, sendo visto agora como uma adversidade, poderá ser visto no futuro como um momento-chave para o crescimento (em poder de transformação) da equipa. A época é longa e raramente a equipa que a começa é aquela que, em muitos pontos, a termina.
A tese dos jogadores importantes até serem vistos quase como insubstituíveis para uma forma de jogar é algo que um treinador deve desmistificar desde o primeiro instante da época.
Mesmo que reconheça esse facto, essa deve ser uma reflexão interior que deve guardar só para ele. Em suma: criar respostas diferentes para perguntas iguais.