Conquista da Supertaça, depois das palavras de Pinto da Costa, é ainda mais significante
VELUDO AZUL - Opinião de Miguel Guedes
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O dínamo competitivo do FC Porto, exuberante e intacto desde que Sérgio Conceição assumiu o comando da equipa há 6 anos, segue exuberante e recomenda-se.
A importância de entrar a ganhar não reforça só a ideia de um lastro da época anterior, como que indicando à equipa que o novo ano futebolístico pode ser de igual ou melhor destino. É, apagando a sombra das dúvidas, um indicador de sucesso, uma forma de aliviar a tensão perante um novo começo e de respirar fundo em confiança para o que aí vem.
A pré-época já indicava (oito jogos, oito vitórias) o que o jogo de apresentação frente ao Mónaco confirmou: a conquista da Supertaça, não sendo inevitável, era obrigatória. Sentia-se a importância que no recomeçar se pudesse transportar mais um troféu para a o museu do clube. Porque neste clube ninguém se demite da obrigação de ganhar títulos.
A conquista da 23.ª Supertaça, depois das palavras de Pinto da Costa na Afurada, entre comoção e exigência, é ainda mais significante. Dias foram alimentados a mentiras, sustentando o espectro de demissões que nunca existiram. Noites que adversários passam sem dormir à procura de fissuras que ajudem a construir um denominador de instabilidade que consiga dividir as hostes, sem qualquer preocupação que seja com a identificação da verdade.
Sérgio Conceição iguala Artur Jorge em número de troféus conquistados no clube e até pode ser poesia em números e quantidade, daquela que o antigo treinador do FC Porto nunca dispensou na vida.
Num jogo que pode ter marcado a despedida de Marchesín, a estreia oficial de Veron e a adaptação de Pepê à posição de Otávio, surge a resposta de Taremi, com dois golos e uma assistência, iniciando a época em modo furacão. Com Evanilson, também ele com um golo e uma assistência, adensa-se a complementaridade. Mais do que a confirmação ou explosão de um deles, talvez seja uma dupla detonadora que cresce perante os nossos olhos.
No centro desta dupla, Sérgio Conceição lança a surpresa que a ausência de Otávio permite e o Tondela, apesar de se jogar uma final, tolerava: Danny Loader mostrou, nos primeiros 45 minutos, a qualidade e o entrosamento que fizeram Niasse brilhar por várias vezes, adiando o primeiro golo. Objetivamente, a maturidade competitiva que Loader exibiu, terá sido a maior nota subjetiva para a época que agora começa. Porque entre Martínez e Loader, há uma dupla inabalável, já comprovada, à espera de reforços para surpreender os adversários.
O 82.º troféu de futebol do FC Porto saboreia-se durante uns dias. No sábado, na estreia na Liga frente ao Marítimo, o Dragão não permitirá que a equipa se esqueça de que o jogo com o Tondela nos deu um título, não três pontos.