APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
Corpo do artigo
Fenomenal, sensacional, admirável, excecional, enfim ... estrambólico! No final de época em que foi ensaiado protocolo com congénere francesa, algo que de tão efémero faz lembrar o saguim: "vai ser tão bom, não foi?" sem que se percebesse qual o motivo da interrupção após três experiências, o CA da FPF divulgou a classificação ordenada dos árbitros afetos às categorias profissionais.
Como prática recorrente, nas dez primeiras posições surgem seis internacionais. Felicite-se João Pinheiro, primeiro classificado que, apesar de prestação menos conseguida em um ou dois jogos mediáticos, talvez o mais regular durante a temporada.
Artur Soares Dias, na segunda posição, não suscita discussão. O status quo instalado reserva-lhe, em permanência, um dos lugares cimeiros. Na terceira posição, porventura bem merecida, surge Nuno Almeida. Elemento que, em fim de carreira, impôs rigor às suas prestações, corrigiu "defeitos", melhorou postura, demonstrou mais equidistância perante alguns dos emblemas dirigidos.
Manuel Mota, em oitavo lugar, revela a inflexão feita na atitude e postura evidenciadas até determinado momento da época. Em linha de continuidade não deverá deixar de ser convidado a prosseguir por mais um ano.
Os dois últimos classificados não surpreendem. David Silva como Hugo Silva, revelaram deficiências nada abonatórias à promoção verificada no início da época. Surpreendente, de se tirar o chapéu, é constatar-se, pelos números apresentados (entre o primeiro e o último distam somente vinte e sete centésimas), ser de nível elevadíssimo, quiçá excelência, o valor global do quadro. Média global superior a nove para máximo de dez, há que considerar estrambólico.
Equilíbrio
A classificação de João Pinheiro, sem que tal signifique valoração "jure de jure", é possível de aferir no equilíbrio final dos vinte jogos arbitrados na principal divisão. Seis vitórias caseiras, sete empates e sete vitórias forasteiras. Equilíbrio mantido nos cinco encontros internacionais dirigidos: três empates e uma vitória para cada contendor. Uma dúvida, porém, se levanta: qual a razão para, após a jornada 29, ocasião em que dirigiu o V. Guimarães-FC Porto, só ter dirigido três encontros da Liga Sabseg nas últimas cinco rondas das competições profissionais?
Mentes conformistas
Sobre o último classificado, Hugo Silva, como sempre, poucas palavras se justificam. Contudo, desta feita, porque desde início revelou tratar-se de autêntico erro de casting, elucidativo de como algo vai mal no reino das observações e classificações, talvez se bem analisada pelo CA, a sua situação sirva de ponderação e, conjuntamente com o ilusório elevado nível classificativo, em contraponto com o afastamento dos árbitros portugueses das decisões importantes no futebol internacional, ajude as mentes conformistas a séria reflexão e mudança de paradigma.