PASSE DE LETRA >>
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Recentemente, o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, veio reconhecer que as regras do fair-play financeiro não têm sido suficientes para combater a forte desigualdade entre os clubes, o que mancha a competitividade efetiva das competições.
Por isso, defende agora a introdução de um teto salarial, como medida de promoção da igualdade entre clubes, tendo em vista aumentar o leque de equipas competitivas. A exagerada diferença salarial é, a par com a detenção da propriedade, a causa das desigualdades sociais. Não só no futebol. Ainda recentemente, foi publicado pela DECO um "ranking da disparidade", no qual se constata a profunda desigualdade salarial entre os CEOs e os restantes trabalhadores, com diferenças abismais de médias salariais (um conhecido CEO ganha 262,6 vezes mais a média dos trabalhadores da empresa que gere). "É o mercado a funcionar", alvitrou um comentador cioso defensor das ideologias liberais.
Ceferin, que não é nenhum "perigoso marxista", sabe bem que a justiça social do futebol dependerá da possibilidade dos salários pagos aos intervenientes serem mais próximos uns dos outros, diminuindo as desigualdades salariais. No entanto, penso que esta ideia, só poderá ser posta em prática se houver acordo entre todos os participantes. Se for uma medida imposta pela UEFA, de cima para baixo, sem consenso geral, não escapará ao escrutínio dos tribunais europeus, muito condicionados por um quadro normativo marcadamente liberal e que recusa intromissões no "livre funcionamento do mercado". Boa sorte, Sr. Ceferin....
Na semana em que o SC Braga garantiu a sua oitava presença na final da Taça de Portugal (quatro nos últimos 10 anos), as emoções estão ao rubro: garantido já um dos objetivos, tudo se encaminha para uma época histórica, com várias hipóteses em aberto, no que respeita à classificação do campeonato . Os adeptos clamam e desejam por muito mais do que o 3º lugar, mas o certo é que a presença no pódio é o que, para já, tem que ser defendido, pois isso depende só de nós. E é já um lugar de Champions. O resto se verá. A equipa está forte, objetiva, focada e com os índices de confiança elevados. Viu-se no jogo de ontem, que até pareceu (enganosamente) um jogo fácil. Sabemos, sim, bem que entraremos no próximo jogo com entramos sempre: para ganhar.