PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Opinião de José João Torrinha
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Quando o Vitória entrou no Dragão, sabia-se da dificuldade da missão. Infelizmente, o que era difícil rapidamente se tornou ciclópico, com a expulsão de Tomás Händel. Uma expulsão tão cedo no jogo trouxe-nos à memória aqueloutra de Tapsoba, no mesmo recinto. A diferença entre as duas é que a primeira foi uma péssima decisão e esta foi justa. O que não é justo são as vezes que vemos lances iguais passarem em claro, ou com mero amarelo. Mas, sendo corretos, temos de reconhecer que se víssemos um jogador nosso levar aquela entrada, todos reclamaríamos pelo vermelho.
Com tantos minutos com um homem a menos, restava mostrar atitude, lutar até ao fim e honrar a camisola. Essa parte não falhou. Curiosamente, os golos que sofremos foram todos na sequência de uma atitude positiva no jogo. Dois deles sofridos em contra-ataque e um outro na tentativa de sair a jogar desde trás. Foram erros cometidos, sim, mas erros resultantes de querer ganhar. E isso é o que fica deste jogo.
Isso e o apoio vindo das bancadas, o que, não sendo novidade, mostra que os adeptos reconheceram a tal atitude e perceberam que a equipa só não deu mais porque não conseguiu. A festa, fora das quatro linhas, era nossa.
O problema é que, do Algarve, vinham más notícias. Num jogo que para o Portimonense pouco contava, o Arouca marcou dois golos e assim pôs um ponto final na questão do quinto lugar. Foi pena, mas foi assim. Com desportivismo, importa reconhecer que os arouquenses fizeram uma época muito boa e nos momentos decisivos, não falharam. Vão estrear-se na Europa com justiça e o que podemos desejar é que a campanha lhes corra bem.
Pela parte que nos toca, fica um ano de grande aprendizagem, creio que para todos. A começar pela direção, em estreia. As coisas começaram mal, com a saída de peças chave da estrutura. Apesar de ter havido posteriores correções, é bom que se tenham tirado as devidas lições desses erros e que a próxima temporada seja marcada pela estabilidade.
Mas aprendizagem também para a equipa técnica. Constituída à pressa, os nossos cérebros no banco também devem ter crescido muito com este ano tão exigente, como exaltante. O que se espera é que para o ano se melhore a consistência e ainda que os nossos meninos, mais tarimbados, sejam ainda melhores jogadores.
Pela minha parte, já tenho as saudades de ir ao estádio.