Benfica, que não dá uma para a caixa, é o único clube português na UEFA
A JOGAR FORA - Um artigo de opinião de Jaime Cancella de Abreu
Corpo do artigo
1O Benfica não dominou, menos passeou, não esteve sequer imune à possibilidade de ser eliminado em Glasgow, mas soube sofrer, teve solidário espírito de grupo, foi tecnicamente superior e, desta forma, ao décimo segundo jogo, obteve a primeira - histórica, portanto - vitória de uma equipa portuguesa no Ibrox Park. Deste justo resultado - quem não concordar vá ver as estatísticas -, aproveito para relevar também o baixíssimo número de faltas: 8 feitas pelo Rangers, 4 pelo Benfica. Como era bom se fosse assim na nossa “liga da farsa”, como lhe chamou esta semana Sérgio Conceição.
2 O FC Porto, que na Europa mostra um ADN único, que em Londres colocou em sentido o líder da Premier League, está fora da Champions; o Sporting, que dispõe do treinador modelo, que foi certeiro como nenhum outro nas contratações e celebra a cada jogo a segunda encarnação de Peyroteo, está, também ele, dedicado apenas às competições internas; enquanto isso, o Benfica, que, coitado, não dá uma para a caixa, é o único clube português nos quartos de final das competições da UEFA. É bom lembrar, já agora, que isto acontece pela terceira época consecutiva.
3 Depois do play-off e dos oitavos de final, o sorteio de sexta-feira voltou a ser-nos simpático: com Liverpool, Leverkusen e Milan na tômbola, saiu-nos a bolinha do Marselha. Não são favas contadas - longe, muito longe disso -, o Marselha é melhor que o Toulouse, contra o qual passámos um mau bocado, e cresceu muito desde a chegada de Jean-Louis Gasset ao comando técnico da equipa. Aguarda-nos, como das outras vezes que os defrontámos, uma eliminatória muito complicada
4 Imaginem só o que não seria se cada jogador do Benfica, insatisfeito com as opções de Schmidt, decidisse dar entrevistas a zurzir - em causa própria - no treinador? Espanta-me que, por intolerância para com Schmidt, haja benfiquistas que apoiam a borrada protagonizada por Kokçu. E preocupam-me os sinais que a mesma pode indiciar sobre a liderança do clube ou a gestão grupo de trabalho.
5 Ouvir Pinto da Costa classificar Joaquim Oliveira como “grande inimigo do Porto” é das coisas mais extraordinárias que tivemos oportunidade de testemunhar nos últimos tempos. Pena é que destas comadres zangadas não se saibam as verdades.