APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
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Desde fevereiro se percebe que, por mais voltas que se dê, a humanidade não aprende com os seus erros. A raiva e revolta sentida pelo que se passa no país de Oleg Blokhin, Aleksandr Zavarov ou Aleksey Mikhaylichenko, só para citar os recordados pelos maiores de 35 anos, como não muito distante se sentiu em relação à população do Kosovo e, até mesmo, do Povo Mauber, que, apesar de habitar a milhares de milhas marítimas deste nosso cantinho à beira-mar plantado, sempre soube respeitar com orgulho a pátria de Vasco da Gama, não se compagina nem pode aceitar a prepotência, arrogância, ambições desmedidas e incompreensão dos homens que, ciclicamente, nos forçam assistir a massacres e destruições incríveis.
Curioso é que, pelas mesmas razões - ambição, vaidade, arrogância e prepotência -, a arbitragem portuguesa tende a estar permanentemente em estrebuchamento. Irresponsabilidade, falta de tato e sentido de oportunidade demonstrados por dirigentes do setor, desde associação de classe ao CA da FPF, conjugados com avidez desabalada de alguns dos seus elementos, bem como a visão oportunista de outros que descobriram na realidade do futebol profissional a chance de serem e terem aquilo que nunca lhes passou ou passaria pelo estreito, pois as qualidades por si evidenciadas sempre foram e continuarão a ser suplantadas pelos defeitos, fazem com que neste momento os árbitros portugueses sejam afrontados de todos e por todos os quadrantes.
Enfim, porque cego mais cego é aquele que não quer ver, mesmo que sujeito a direitos de autor, perante o mal que vai afetando a arbitragem nacional e respetivos mentores espirituais, apetece dizer: "Tenham vergonha! Obviamente demitam-se!"
Evitar o erro
Sobre a arbitragem é, amiúde, salientado que o "ERRO integra o saco do equipamento". Seria bom que os inteligentes deste país entendessem tal expressão, compreendessem que os árbitros são homens, chefes de família, pessoas como eles que, mais do que ninguém, sobretudo quando investidos da responsabilidade que lhes incumbe, abominam coincidências suscetíveis de prejudicar e/ou indiciar comportamentos persecutórios sobre qualquer dos contendores nos jogos que dirigem, porém é igualmente importante os árbitros interiorizarem ser exigível ao homem evitar o erro.
Respeito
Em todas as idades, fases da vida e atividades, o homem aspira à liberdade, justiça e respeito, pois sem liberdade não se esquiva à servidão, sem justiça não é possível assegurar dignidade da liberdade e, concomitantemente, o respeito esfuma-se. Se para humanidade é primordial preservar liberdade e justiça como valores mais preciosos, talvez mais ainda que a própria vida, para a arbitragem o respeito suplanta inegavelmente aqueles desideratos. É bom lembrar que, por vezes, uma insinuação maldosa dói mais que expressão vernácula proferida por desalento.