PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Um artigo de opinião de José João Torrinha.
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1 Já todos percebemos que a única verdadeira força reformista do futebol português é a Federação. É ali o único lugar do futebol profissional português onde se pensa, se planeia e se executam medidas a pensar no longo prazo, longe dos calculismos de vistas curtas que enxameia tudo o que tem a ver com os clubes.
Esta semana foi dado a conhecer um documento onde se desvenda uma estratégia a dez anos para o futebol pátrio. Lê-se nas notícias que o plano aponta para o aumento do número de praticantes (com particular enfoque no futebol feminino); a melhoria do próprio jogo e o aumento do envolvimento dos adepto. A melhoria da qualidade de jogo, com os olhos postos no aumento do seu tempo útil, é tema que já aqui tenho abordado. A meu ver, o "segredo" para resolver o problema começa pela avaliação dos árbitros. O estilo de arbitrar "à portuguesa", apitando faltas e faltinhas, os verdadeiros concertos de apito têm de ser erradicados. E os árbitros que assim apitam têm de ser fortemente penalizados.
Só assim os juízes deixarão de apitar "na defensiva" e só assim os jogadores perceberão que não podem estar permanentemente a deixarem-se cair na expectativa de que o árbitro os ajudem marcando faltas. Quando os nossos clubes defrontam emblemas estrangeiros, esse nosso vício fica a nu e percebemos todos o mal que nos faz. No mais, é claro que o aumento das assistências tem de ser um objetivo, ao qual não será alheia a melhoria da competitividade, que só se conseguirá com uma maior solidariedade. Se isto for conseguido, consagrará Fernando Gomes como uma das mais importantes figuras da história do futebol português, onde já ocupa um lugar de merecido destaque.
2 Ontem ficou decidido que a nossa equipa B não sobe à segunda liga. A derrota contra o Torreense confirmou o que já se antevia. Não obstante esse facto, a hora é de congratular os nossos rapazes e o mister Moreno pela bela carreira que protagonizaram. É evidente que se desejava pôr o Vitória num patamar competitivo onde já esteve, mas a subida de qualidade da Liga 3 (mais um êxito da FPF) não nos deixa apreensivos quanto ao futuro.