Árbitro da final do Mundial mostrou bom senso, algo que faltou ao assistente do FC Porto-Gil Vicente
APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
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No rescaldo do Mundial do Catar, os franceses carpiram mágoas alegando existência de um décimo segundo jogador da argentina no terreno quando esta fez o terceiro golo, pelo que, disseram, o mesmo não podia valer.
Só desespero terá levado os gauleses assim declararem e, como é hábito em situações análogas, caixas de ressonância debitarem opinião erradamente estruturada.
Admitindo veracidade quanto à presença de mais um jogador no terreno, a Lei 3, no seu ponto 9 é taxativa: "O árbitro não deve validar o golo se a pessoa a mais era um jogador suplente, (...), da equipa que marcou o golo; o jogo recomeça com um pontapé-livre direto no local onde se encontrava a pessoa a mais". Contudo, mais à frente elucida: "Se, após a obtenção de um golo e APÓS O JOGO TER RECOMEÇADO, o árbitro se apercebe que uma pessoa a mais se encontrava dentro do terreno de jogo quando o golo foi obtido, o golo não pode ser invalidado. O árbitro deve informar este facto às autoridades competentes".
Ora, se a presença do "excedentário" argentino foi fugaz e ninguém da equipa de arbitragem enxergou, a regra foi cumprida, nem se diga ter o colegiado apelado ao bom senso.
Bom senso que o árbitro assistente Jorge Fernandes, no jogo FC Porto vs. Gil Vicente da Allianz Cup, aos 84", não teve. A bola foi metida na frente. Em fora de jogo, Uribe não se fez ao lance. Taremi, posicionado regularmente, isolou-se e, JOGANDO A BOLA JÁ NA FRENTE DO COLEGA, rematou para defesa de Kritciuk ressaltando o esférico para o médio colombiano que, atónito, viu o assistente anular possível jogada de golo assinalando indevido fora de jogo. Interpretação certa do árbitro polaco, errada do assistente português.
Mexidas
Por norma, desde tempos distantes, a realização do Campeonato do Mundo, supostamente com intuito de tornar a modalidade mais apelativa, promove mexidas nas regras,. A arbitragem, por arrastamento, é influenciada no seu todo. Do Catar, para além dos dilatados tempos de compensação nada de positivo resultou. Viram-se faltas manifestamente violentas ou grosseiras passarem impunes. O VAR, repleto de elementos, porventura interpretando ipsis verbis o protocolo, atuou pontualmente e só em casos inequivocamente visíveis, privilegiando a omissão nas situações mais, digamos, bicudas.
Entrou mosca...
Não é embirração, mas ouvir alguns comentadores durante transmissão dos jogos é confrangedor, revoltante mesmo. No jogo Sporting-Braga, da Allianz Cup, aos 2", Fabiano (SCB), negligente, por trás, atingiu perigosamente Paulinho no calcâneo. O árbitro, bem, exibiu cartão amarelo ao faltoso. Ignorante, só pode, o comentador da Sport TV, Sr. Pedro Henriques, ex lateral esquerdo, que enquanto se cinge às questões técnico-táticas, que não em jogos do SLB, ainda se atura, açoitou a decisão por analogia com ocorrido no Mundial do Catar. Abriu a boca, entrou mosca, saiu asneira!