VELUDO AZUL - Opinião de Miguel Guedes
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O plantel do FC Porto cumpre o segundo dia de folga dada por Sérgio Conceição, depois de defrontar e vencer o Salgueiros num jogo treino no Olival, e as baterias já apontam para o recomeço do ciclo competitivo após a pausa nas competições de clubes para os jogos com o Liechtenstein, Islândia, Catar e Luxemburgo.
São essenciais as ausências, com reflexo imediato no trabalho da equipa, fruto da habitual chamada alargada de jogadores às diversas seleções nacionais (e são muitas: Portugal, Colômbia, México, Guiné-Bissau, Sérvia, República Democrática do Congo e Irão).
Amanhã, começam a contar-se os 4 dias que faltam para a entrada da equipa na Taça de Portugal frente ao Sintrense e, pese o respeito que é devido a qualquer equipa, não poderia haver melhor forma de um treinador gerir as ausências de jogadores nucleares do que antevendo um teste prático para as suas segundas linhas de opção. Ainda que o conforto nunca seja um dado adquirido (está sempre um "tomba-gigantes" à espreita na Taça), o jogo de sexta-feira com a equipa do Campeonato de Portugal consentirá testar afinações e novas cumplicidades, assim como dirimir suspeitas ou dúvidas que mesmo os bons treinos não permitem.
Os não portugueses voltarão a conta-gotas. Diogo Costa e Pepe regressam a meio da semana e devem esperar mais uma semana para voltar a jogo, resguardados para o embate da Liga dos Campeões com o AC Milan. João Mário, Vitinha, Fábio Vieira e Francisco Conceição (que goleada épica, rapazes!) também regressarão na quarta-feira ao Olival mas não seria de estranhar que pudessem entrar nas contas para o jogo com o Sintrense. O mesmo se poderá passar com Diogo Costa, consoante os minutos que some (ou não) na dupla chamada de Fernando Santos.
Para os adeptos, privados pelo futebol moderno de assistir aos treinos (saudades de descer a curva sul das Antas, passos para o mítico campo de treinos ao lado do pavilhão e das piscinas, onde - se a cancela que apareceu estivesse aberta - quase acedíamos ao balneário e aos segredos dos trabalho de todos os dias), estes jogos são a única forma de tirar a limpo se os jogadores invisíveis se autoproclamam. Aqueles que pouco jogam ou que pouco ou nada contribuem, fruto das opções, podem dizer presente. É em competição que agora os vemos, a lutar por um lugar.
Mesmo com o encurtamento dos plantéis e alargamento das competições que acaba por dar espaço a quase todos para se mostrarem, muitos anseiam para saber se será no jogo da Taça que veremos o regresso de Marchesín ou a estreia de Cláudio Ramos, se Fábio Cardoso se revela intratável no centro da defesa, se Manafá e Zaidu partem ao espelho as suas dúvidas, se Grujic e Bruno Costa se compatibilizam, se Evanilson e Toni Martínez são complementares, se Corona terá os minutos que reclama e se gostará de os ter.
Agora que os treinos são produto "deluxe" (alguém os comercializará, em frações, um dia) que se iluminem os invisíveis. A ganhar, claro.