Ainda ecoam interrogações pela não presença de um árbitro nacional no Qatar'2022
APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
Corpo do artigo
Um novo ciclo competitivo se aproxima. Renova-se a esperança de se saber que os homens do futebol indígena serão, um dia, capazes de, credibilizando-se, credibilizarem espetáculo que impõe rigor, isenção, PALAVRA, sensatez e cumprimento integral de normas e regulamentos.
Os tempos são distintos, a sociedade de hoje difere, muito, de antanho. As viravoltas da vida não se amiseram com Martim Moniz, acompanhado da família, de baraço ao pescoço. No entanto, com um pouco de vergonha e de mais personalidade em alguns dirigentes, talvez a imagem do futebol, em particular da arbitragem, beneficiasse perante a opinião pública e instituições internacionais.
Uma nova época se avizinha, ainda ecoam interrogações pela não presença de um árbitro nacional no Qatar 2022. A arbitragem portuguesa, pelo semanalmente observado além-fronteiras, peca, sobretudo, pela deficiente interpretação, falta de discernimento e insegurança no ajuizar de vigor, determinação e arreganho, confundido ações lícitas com entradas à margem da Lei, olvidando que o futebol se faz de absoluta entrega física.
No Campeonato de Europa Feminino, a decorrer em Inglaterra, tem sido possível conferir jogos com bem mais luta física, sem intervenção da equipa de arbitragem, que o sucedido na grande maioria de encontros da Liga BWIN. Urge corrigir o paradigma, dar confiança aos árbitros, fazê-los compreender: dever o jogo FLUIR EM TODAS AS ZONAS DO CAMPO; ser anti-futebol interromper por toma lá dá cá aquela palha; ser desprestigiante para o espetáculo a ausência de critério; não incutir nos jogadores, os verdadeiros fautores do espetáculo, adequada tranquilidade quando se interrompe aqui e mais à frente não.
Histórias
Em vidas preenchidas há histórias engraçadas. Época de 1977/78, manhã de domingo, jogo de sub-17. Em determinado momento, acompanhando ataque de uma das equipas, o árbitro buscou auxílio do árbitro-assistente. Deste, que lá se encontrava no início da partida, nem sombra. Interrompido o prélio, o árbitro dispôs-se averiguar o que se passara, eis quando, estupefacto, viu o colega trincando uma sandes, descer o morro que ladeava o campo e conduzia ao bar, e, com a mais olímpica das calmas, dizer: "Eh pá! Estava cá com uma traça, não resisti aos coiratos..."
Castigo!
A génese selvagem do homem constata-se naqueles que não sabem, não querem ou não sendo capazes de se respeitarem a si próprios desrespeitam os demais. Ciclicamente ocorre o martírio dos incêndios que, queimando tudo por onde passam, destroem vidas, aniquilam esperanças, põem em causa equilíbrios ecológicos. Aqueles que, por dolo ou mera negligência promovem a destruição do país, só tinham um castigo: nus, envoltos em melaço, atados a uma árvore no meio da mata e deixados ao abandono, quando as formigas começassem a trepá-los saberiam o que é bom e bonito!