A JOGAR FORA - Uma opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - Amigos, tenho a maior dificuldade em escolher do que mais ando a gostar: se da série de vitórias nos relvados, se da série de vitórias nos tribunais.
Posso revelar-vos o sentimento que me assaltou no fim do jogo? Foi o mesmo que o vosso: soube a pouco!
Nos relvados, vencendo no campo de um colosso do futebol europeu, confirmámos o paulatino regresso à mais exigente Europa do futebol. (Desde 2021-22: 20 jogos, 12 vitórias, 5 empates e apenas 3 derrotas, sendo que defrontámos equipas do gabarito do Bayern, Barcelona, Ajax, Liverpool e Juventus.) Quarta feira, ganhámos de uma forma que nem precisou de ser heroica - porque foi melhor, foi categórica: não abdicámos do nosso modelo de jogo, demos a volta a um golo sofrido muito cedo, não nos acantonámos lá trás a mandar "biqueiradas" para a bancada assim que nos apanhámos a ganhar e, como se tudo isto não bastasse, desperdiçámos, a bem da desnecessária incerteza do resultado, várias oportunidades. Em suma: banalizámos a Juventus. Posso revelar-vos o sentimento que me assaltou no fim do jogo? Foi o mesmo que o vosso: soube a pouco!
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2 - Nos tribunais, então, vai sendo "de goleada": vitórias atrás de vitórias em todos - repito, todos! - os processos. Esta semana mais duas importantes decisões, ambas respeitantes ao "caso dos emails": o Tribunal da Relação do Porto deu nega ao recurso interposto pela FC Porto SAD, Porto Canal e Francisco J. Marques relativo à condenação de que foram alvo em sede de processo cível; e o implacável juiz de instrução Carlos Alexandre, no despacho que confirmou a ida a julgamento de três responsáveis do Porto Canal no processo crime, ilibou do mesmo o Benfica, não podendo ser mais claro e óbvio: "Houve uma subversão propositada no sentido dos emails divulgados, com o intuito de fazer crer que estaria em curso um projeto corruptivo, quando dos emails e da sua leitura integral não se retira a prática de qualquer crime."
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3 - Depois de Fernando Santos ter deixado Florentino de fora da convocatória, porque tem com ele o superlativo William Carvalho, só faltou Scaloni seguir-lhe o exemplo com o Enzo - e, assim, ficariam os dois mais decisivos jogadores da transformação futebolística do Benfica a preparar, às ordens de Schmidt, no Seixal, o terrível ciclo de jogos que se segue a esta indesejada paragem para as seleções.
4 -Não há jogo mais traiçoeiro: receber em primeiro, cem por cento vitorioso, o último, que acumula derrotas, só derrotas. Mais logo, temos que ir com tudo frente ao Marítimo!