VELUDO AZUL - Um artigo de opinião de Miguel Guedes.
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No próximo domingo, precisamente daqui a uma semana, abrem-se as portas da perceção para os primeiros indicadores da época do FC Porto.
Após três vitórias em jogos de preparação (2-0 ao V. Guimarães B, 3-1 à Académica e 3-2 ao Académico de Viseu), será daqui a sete dias que os adeptos terão direito à transmissão em direto do confronto com o Lille, ao vivo e a cores no Porto Canal, primeiro jogo que a equipa realizará no estágio do Algarve.
Três dias depois, também integrado no estágio algarvio, poderemos assistir ao muito esperado reencontro com José Mourinho, no jogo particular com a Roma. Esses dois jogos, pré-apresentações com alguma pompa e circunstância (o Lille é o campeão francês e uma equipa de Champions, sendo a Roma um histórico do futebol europeu que chegou às meias finais da Liga Europa na época transata), serão dois belíssimos testes de afinação de um plantel que sabe bem que a memória dos seus processos lhe garante um traço inquestionável de consistência. Mesmo que os primeiros jogos particulares manifestem tamanha exigência.
Sem Luis Díaz e Uribe disponíveis para estes primeiros testes de porta aberta (ambos chegam no dia 26 e Uribe, inclusivamente, está lesionado), o momento será também para testar as indefinições. O mercado tem mexido a conta-gotas e será preciso esperar mais algumas semanas para perceber eventuais vendas que possibilitem a contratação de jogadores para posições claramente necessitadas de opções e concorrência. Com a primeira jornada da Liga marcada para o fim de semana de 7/8 de Agosto, frente ao Belenenses SAD, o FC Porto parece dispor do tempo que os seus rivais não têm.
Sporting e Braga abrem a época com a disputa da Supertaça a 31 de agosto, enquanto que o Benfica espanta ou adensa as convulsões com a primeira jornada da Liga encaixada entre os dois jogos da 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, o primeiro dos quais a 3/4 de agosto. Mas pelo facto do Dragão lançar fogo oficial mais tarde, nada implica que esteja autorizado a resolver as suas dúvidas a destempo. A clarificação sobre o plantel é fundamental. A chegada de jogadores em cima da data limite já nos custou muitos dissabores, a última e mais gravosa das quais com pronúncia russa. Podem soletrar comigo: Kras-no-dar.
Morelos e os desejos
Depois, os desejos. Seria uma felicidade que a fixação que a comunicação social manifesta pelo interesse do FC Porto em Morelos fosse mesmo real. Quando o vi jogar pelo Glasgow Rangers nos dois jogos contra o FC Porto e nos restantes jogos dessa fase de grupos da Liga dos Campeões, tive a certeza de que encaixaria como uma luva no FC Porto e no futebol português. Renderia muitos, muitos golos. Arguto, instintivo, experiente, o colombiano seria uma enormíssima e certeira contratação. Depois de um lateral esquerdo, seria a minha prioridade. Eram estas duas posições e fechar, se o mercado não mexer muito. Mas, no campo dos desejos, par