A JOGAR FORA >> ao FC Porto vão sendo sucessivamente apontados, vá-se lá saber porquê, jogadores dos próximos adversários do Benfica ou mesmo dos deles próprios. Rúben Dias, longe mas atento, deu a dica mais apropriada
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1 - A vitória em Barcelos, onde o Sporting empatou há poucas semanas, perante uma equipa que venceu no Dragão já na segunda volta da prova, é capaz de valer bem mais do que os três importantíssimos pontos ali conquistados: pode significar o retomar de uma dinâmica positiva rumo ao 38. Mais a mais porque se tratou de uma vitória merecida, indiscutível, que apenas pecou por escassa face a tantas oportunidades criadas e desperdiçadas. Venha daí o Braga! (É possível um jogador do Gil Vicente, Vítor Carvalho, ter estado a espezinhar e molhar a marca de penálti todo o tempo que Fábio Veríssimo levou no monitor do VAR, para, assim, criar dificuldades acrescidas a Grimaldo? Sim, no futebol português tudo é possível.)
Esperava vê-lo a titular em Barcelos e Schmidt não me desiludiu - nem João Neves: voltou a fazer um belíssimo jogo, voltou a ser um dos melhores em campo. Estará a nascer uma estrela?
2 - Ligado ao Benfica desde os 8 anos de idade e no Seixal desde os 12, João Neves chegou, ainda com tenros 18 anos, à titularidade na principal equipa do clube frente ao Estoril. E não fez a coisa por menos: foi, juntamente com Neres e António Silva, um dos melhores em campo na decisiva - sob todos os pontos de vista - vitória sobre o Estoril. Esperava vê-lo a titular em Barcelos e Schmidt não me desiludiu - nem João Neves: voltou a fazer um belíssimo jogo, voltou a ser um dos melhores em campo. Estará a nascer uma estrela?
3 - Os preços dos bilhetes para o Gil Vicente-Benfica foram, em média, 88 por cento mais caros - quase o dobro, portanto - do que os praticados pelo clube minhoto na recente receção ao Sporting e 61 por cento mais caros do que os pagos pelos portistas para ver o seu clube no estádio Cidade de Barcelos. Dir-me-ão que é a lei da oferta e da procura a funcionar - e eu, convicto defensor da economia de mercado, não tenho como não concordar. Mas então, e pelas mesmas exatas razões, exige-se que a quota do Benfica na distribuição das verbas da centralização de direitos respeite o seu peso (esmagador) no mercado. Vamos a isso?
4 - Enquanto se fala ininterruptamente de Kamada, Kerkez e outros craques como possíveis reforços do Benfica para 2023-24, ao FC Porto vão sendo sucessivamente apontados, vá-se lá saber porquê, jogadores dos próximos adversários do Benfica ou mesmo dos deles próprios. Rúben Dias, longe mas atento, deu a dica mais apropriada: façam como se tivessem duas palas nos olhos e vejam só a meta.
5 - Imagine-se que para se saber se o presidente de uma instituição de utilidade pública (com cerca de metade do orçamento coberto por impostos cobrados pelo Estado) deve ou não prestar esclarecimentos no Parlamento sobre os suspeitos contratos que estabelece com os selecionadores, foi criada uma comissão da qual faz parte a senhora deputada do PS escolhida por Fernando Gomes para presidir ao Conselho de Disciplina da FPF. No muito que se disse e escreveu esta semana sobre o 25 de abril, faltou lembrar que, 49 anos passados, não há meio da revolução chegar ao futebol.