Rúben Pereira critica a atitude de algumas equipas, que diz só terem corrido contra a sua, "mentalidade que não entendo"
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A Glassdrive-Q8-Anicolor somou vários êxitos na Volta a Portugal, mas não revalidou o título do ano passado, que era o grande objetivo. O diretor-desportivo, Rúben Pereira, sabia que Artem Nych alinhou depois de ter estado com gripe, que James Whelan estava com problemas por ter perdido os sapatos de corrida na viagem para Portugal, mas os problemas começaram na quebra de Mauricio Moreira na etapa da Torre, ainda inexplicável. A O JOGO fez um balanço sem meias-palavras.
Balanço da Volta a Portugal para a Glassdrive-Q8-Anicolor
"O nosso objetivo era ganhar a Volta e trabalhamos para isso, portanto o resultado não foi o desejado. Tivemos bastantes contratempos, que influenciaram. Mas o balanço não é negativo. Tivemos duas vitórias em etapas, vencemos por equipas, colocamos três homens no top 10, andamos vários dias de amarelo. Se isso é negativo, que dizer de outras equipas?"
Batidos pelo suíço Colin Stussi
"Era possível ganhar ao suíço. Se tivéssemos toda a equipa em condições, poderíamos tê-lo conseguido. Assim, foi ele o corredor mais forte. Até porque havia equipas portuguesas a correr para que nós não ganhássemos. Essa é uma mentalidade, a de preferir o estrangeiro, que nunca entenderei. Aliás, por isso fiquei feliz ao ver a Kelly ganhar uma etapa. Têm um orçamento modesto, mas deram-nos luta toda a época, correm de forma aguerrida e por isso têm vitórias. Outros ficam com protagonismo que não merecem, pelo que se vê na estrada."
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Surpreendidos por um corredor estrangeiro
"O suíço não foi uma surpresa, tinha avisado antes da Volta que ele era um dos candidatos. Conhecia-o desde 2018, vi-o ser sétimo na Santa Luzia. Ele só não acabou essa Volta porque caiu no Barreiro. Mas a realidade é que nenhuma equipa, entre as que lutaram pela geral, o atacou a não ser a nossa. Surgiram várias situações em que ele estava sem colegas e simplesmente não o atacaram."
O significado do triunfo de um estrangeiro
"Esta Volta foi boa para o ciclismo português, foi uma corrida com espectáculo até Viana do Castelo. Mas, e basta ver os jornais desta segunda-feira, a corrida não teve o mesmo mediatismo. O impacto seria outro se vencesse alguém de uma equipa portuguesa."