"Se não tivesse pernas, já não era ciclista. Quero discutir a Volta a Portugal"

Tiago Machado (Rádio Popular-Boavista) estava a 4m44s da camisola amarela e Gustavo Veloso (Atum General-Tavira) e Jesus del Pino (Louletano) a mais de 15 minutos, pelo que os seus ataques na Serra da Arada não foram travados pela W52-FC Porto.

Com o seu ritmo poderoso, os dragões anularam todas as restantes fugas, mas nunca a do trio de roladores experientes, que chegou a ter 3m30s de vantagem.

"Não foi fácil, mas controlámos, fizemos o nosso trabalho como queríamos", assegurou José Neves, que nunca se inquietou com a qualidade dos fugitivos, para os quilómetros finais provarem ter razão: o pelotão terminou menos de dois minutos depois de Gustavo Veloso ter, pela primeira vez, erguido os braços ao serviço da Atum General-Tavira. "Se não tivesse pernas já não era ciclista. Quando decidi continuar a correr foi para manter um bom nível, caso contrário não adiantava estar cá", disparou o galego que tem seis pódios na Volta a Portugal, incluindo duas vitórias.

"Aqui atrasei-me na etapa da manhã e pensei que, se já estava a perder tempo, devia poupar forças para a tarde. Fui para a fuga e fiquei com o Tiago e o Del Pino. No final, cada um jogou as suas cartas e consegui isolar-me. Fiquei com margem para gerir e desfrutar no último quilómetro", completou Veloso, que venceu a segunda etapa do Grande Prémio O JOGO/Leilosoc.

Depois do trio terminou Luís Mendonça, que numa aceleração ganhou seis segundos a Neves, após os portistas se terem enganado na última rotunda. "Não contava ganhar tempo, mas vou dar luta até ao fim", prometeu o Efapel.