Diogo Marreiros, o melhor patinador português de sempre na disciplina de velocidade, quatro vezes campeão europeu, colocou ponto final numa carreira recheada de títulos e medalhas.
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Foram mais de 150 medalhas nacionais, entre títulos e outros lugares de pódio, mais de 20 a nível europeu, incluindo quatro títulos de campeão, e três lugares de relevo nos Mundiais, com a conquista de uma medalha de prata e duas de bronze.
O melhor patinador português de velocidade de sempre, o algarvio Diogo Marreiros, saiu agora de cena, aos 30 anos, mas considera-se realizado e feliz com um percurso de nota máxima. "O melhor momento? Foram os quatro títulos conquistados no Europeu. Ser vice-campeão mundial, se calhar, é mais difícil, mas o nível deste último Europeu [no ano passado] foi muito bom e o facto de ter decorrido no nosso país [em Canelas], com um ambiente indescritível à volta da seleção, enfim, é fantástico. Juntar os títulos ao espírito que se viveu foi o culminar de uma semana inesquecível", diz Diogo.
A aventura na patinagem começou logo aos quatro anos e aos seis já entrava em competição, inclusive no estrangeiro. "Um percurso que me deixa orgulhoso, durante o qual procurei sempre novas metas, com muito trabalho e sacrifício. Quem chega agora pode aproveitar e tem mais facilidade em atingir os objetivos", prossegue, recordando o período em que decidiu apostar também no gelo. "Fui sozinho, era dispendioso, mas, nesta altura, a federação apoia, já há estágios, é tudo custeado e o profissionalismo é possível".
Os sacrifícios, considera Diogo Marreiros, "acabaram por ser recompensados a cem por cento, também pela disciplina que me deu para a vida, as aprendizagens, e, se pudesse voltar atrás, fazia tudo igual". Com um sorriso, atira que "ainda posso ir às festas que faltei, à praia que não ia, ainda sou jovem para fazer tudo isso".
O ponto final na carreira tinha sido equacionado algum tempo atrás, inclusive quando frequentou a faculdade, mas os bons resultados e a melhoria dos apoios foram adiando a decisão. "Gostava muito da alta competição, a aposta no gelo deu-me mais visibilidade e mais dinheiro, mas, com o avançar da idade e apesar do incrível ano passado, com os títulos de campeão europeu, resolvi abandonar". O último objetivo, a qualificação olímpica na vertente de gelo, embora não tenha sido alcançado, fica igualmente no álbum das gratas recordações.
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