O sexto título de Lewis Hamilton está a caminho e o construtor alemão tem tudo a seu favor para o levar ao sétimo e também ao recorde de 91 vitórias que pertence a Michael Schumacher
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"Todos os anos tentamos ter metas para nos motivarem. Já temos o recorde da Ferrari, temos de nos reinventar para o próximo ano", disse Toto Wollf, diretor da equipa Mercedes, após o sexto título consecutivo de construtores festejado no Grande Prémio do Japão, que igualou os conseguidos pela Ferrari entre 1999 e 2004, tendo o cuidado de não colocar nomes na próxima meta, embora todos o soubessem: o austríaco estava a assumir o assalto aos sete títulos mundiais e 91 vitórias em corridas de Michael Schumacher.
"Aqui a pressão é enorme. Nós colocamos a fasquia muito alta"
São os recordes mais prestigiados da Fórmula 1 e Lewis Hamilton pode atingir ambos na próxima época, pois tem 82 vitórias e soma uma média de dez por ano.
Se o domínio dos carros prateados pareceu estar a esmorecer nas duas temporadas anteriores - cinco vitórias Ferrari e três Red Bull em 2017, seis Ferrari e quatro Red Bull em 2018 -, este ano a Mercedes já soma o mesmo número de triunfos dos anteriores e ainda faltam quatro corridas, tendo de novo uma pontuação esmagadora (84% do máximo possível de pontos). "Podia passar um dia inteiro a analisar as forças deste grupo, mas são demasiados fatores e demasiadas pessoas que chegam ao final do ano cansadas mas felizes", comenta Wolff, referindo-se aos 1600 funcionários, repartidos por duas fábricas, que trabalham para a equipa de F1.
Tendo regressado ao Mundial em 2010, ao comprar a estrutura da Brawn, a Mercedes demorou a vencer, mesmo tendo feito regressar Schumacher, até que em 2014, com a entrada na era dos motores turbo-híbridos, se tornar imparável. Foram 86 vitórias - de um total de 99 do construtor alemão - em seis anos, o que não permite pensar nos 16 títulos e 238 Grandes Prémios ganhos pela Ferrari, mas pode levar Lewis Hamilton, um dos pilares do projeto, ao estatuto de melhor de sempre.
O piloto britânico, que em 2013 trocou a McLaren por uma equipa que não ganhava, levando consigo o diretor técnico Paddy Lowe, pode festejar o sexto título dentro de duas semanas, no México, e é, aos 34 anos, a cara de uma equipa que gasta 354 milhões de euros anuais, tem uma estrutura capaz de trabalhar 24 horas por dia e sete dias por semana no desenvolvimento do carro e no final do ano... dá lucro!