Thierry Neuville e Ott Tanak sabem o que é vencer na prova lusa do WRC, mas a marca coreana ainda pode ter em Dani Sordo um herói improvável.
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Com um historial de bons resultados em terras lusas, especialmente nas últimas três edições sempre com, pelo menos, um piloto no pódio, a Hyundai prepara-se para mais um duelo com a Toyota de Sébastien Ogier, Elfyn Evans e Kalle Rovanpera na 54.ª edição do Rali de Portugal, que esta quinta-feira já tem shakedown (Paredes) e cerimónia de partida (Coimbra).
A 27 pontos da equipa rival, que lidera com 138, a marca japonesa mas que tem sede na Alemanha aposta na regularidade de Thierry Neuville, que abriu a época com três terceiros lugares (Monte Carlo, Ártico e Croácia). "Claramente queremos estar no pódio novamente este fim de semana. Se for no lugar mais alto, então ficaremos muito satisfeitos", disse o belga, que já foi cinco vezes vice-campeão mundial (2013 e entre 2016 e 2019).
Não tão regular como o colega, pois venceu no Ártico depois de abandonar em Monte Carlo, sendo apenas quarto na Croácia, Ott Tanak procura revalidar a vitória que obteve por cá em 2019, embora admita que "definitivamente não existe no presente a mesma confiança que há uns anos", referindo-se aos tempos em que estava ao serviço da Toyota. "O objetivo é dar a volta, depois de um fim de semana na Croácia que não nos representa", acrescentou o campeão do mundo de há dois anos e quarto classificado do Mundial.
Cinco vezes vice-campeão do mundo, o belga abriu o campeonato com três terceiros lugares, apontando, pelo menos, a novo pódio, enquanto o estónio busca ritmo e o espanhol regressa após Monte Carlo
Mas além dos dois pilotos que já sabem o que é vencer o Rali de Portugal e que recentemente renovaram contrato para 2022, a Hyundai pode vir a ter um herói improvável. Dani Sordo, que correra apenas em Monte Carlo, está de regresso ao campeonato, assumindo o terceiro carro da equipa, como também já está estabelecido para o Rali da Sardenha e no Rali Safari, ambos em junho.
"O Rali de Portugal é sempre especial. Gosto muito dos troços e do ambiente que se vive neles. Todos os anos recebo um empurrão extra por parte dos adeptos. Desta vez, face às circunstâncias, não vai ser igual, mas, de qualquer forma, alegra-me termos a oportunidade de voltar a correr aqui. Estou encantado de voltar e estamos prontos para um fim de semana emocionante", relatou o piloto de Torrelavega, que vai ser o último dos WRC a passar na estrada, o que pode jogar a seu favor. O Rali de Portugal é o primeiro em terra desde o da Sardenha em outubro do ano passado, ganho precisamente por Sordo...
Ambição com um lado solidário
À semelhança do que tem vindo a acontecer desde 2020 em cada ronda do WRC, a ambição de Thierry Neuville em voltar a triunfar no Rali de Portugal como aconteceu em 2018 tem uma vertente solidária, pois o belga, por sugestão da Câmara Municipal do Porto, decidiu ajudar a associação Somos Nós, dedicada à integração de jovens com deficiência, com uma doação mínima de dois mil euros. O valor será dobrado se o piloto da Hyundai terminar em terceiro ou segundo, podendo atingir os 10 mil euros em caso de vitória no domingo.