GP O JOGO: dois dias sempre a trepar em prova "com nome e prestígio no ciclismo"
Luís Mendonça quer repetir o triunfo, mas as dificuldades da segunda corrida por etapas desta época aumentaram e praticamente todas as equipas de elite nacionais têm candidatos à amarela.
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"A primeira foi especial. Era uma corrida com mediatismo e eu um jovem. Tinha sido campeão nacional no ano anterior e fui segundo na Volta ao Algarve e no Alentejo. Mas O JOGO era difícil. Em 1992 ganhei no último dia, acho que por um segundo, e com a ajuda do Manuel Cunha, que defendia o segundo lugar", recordou Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo e único a vencer por duas vezes, nos seus anos de ciclista, aquele que este sábado vai para a estrada já como 9.º Grande Prémio O JOGO/Leilosoc. As dificuldades da corrida vão manter-se, com três etapas curtas e repletas de montanhas.
Na manhã deste sábado, à partida de Castro Daire (9h50), estiveram 123 ciclistas, das principais equipas nacionais. Luís Mendonça quer repetir a vitória da última edição - o que seria inédito - e os dois finais em rampa de hoje favorecem-no, mas sabe que terá de aguentar os ataques dos trepadores logo nos 12,1 km da subida da Faifa, de manhã, e nos 7,6 km da Serra da Arada, na etapa de S. Pedro do Sul. As escaladas de Covide e Tabuaças, que amanhã encerram a etapa-rainha, em Vieira do Minho, serão obstáculos ainda mais tremendos.
. É fundamental ter mais etapas, pois é um Grande Prémio com nome e de prestígio no ciclismo
"Esta corrida já teve 12 dias, era quase uma Volta a Portugal. É fundamental ter mais etapas, pois é um Grande Prémio com nome e de prestígio no ciclismo", elogia Delmino Pereira, destacando o facto de O JOGO sempre ter juntando no mesmo pelotão "equipas amadoras e profissionais".
Este ano, e se Mendonça está numa Efapel que possui ainda António Carvalho, quase todas as nove formações de elite têm candidatos ao triunfo. A W52-FC Porto, vinda da conquista da Volta ao Algarve com João Rodrigues - "Fiquei satisfeito. Mantivemos o estatuto internacional e aproximámos a corrida dos portugueses", destacou o presidente federativo -, terá ainda Jóni Brandão e José Neves como apostas. A Rádio Popular-Boavista jogará tudo em Luís Fernandes (vencedor da montanha no Algarve), a Antarte-Feirense terá Vicente Garcia de Mateos, a Tavfer-Mortágua apresenta Joaquim Silva em boa forma (15.º no Algarve), e Atum General-Tavira (Gustavo Veloso e Emanuel Duarte) e Kelly-Simoldes-UDO (Henrique Casimiro, César Fonte e Luís Gomes) podem fazer várias escolhas.
Para as nove equipas sub-23 nacionais a prova não será simples, mas a sua ambição será vencer classificações secundárias ou a juventude.
Um Grande Prémio só para campeões
Luís Mendonça não foi ao Algarve, preferindo ficar a preparar o 9.º Grande Prémio O JOGO/Leilosoc, por reconhecer a importância da corrida que tem no seu palmarés quatro vencedores da Volta a Portugal, o rei da montanha da maior corrida nacional (José Santiago) e o campeão multifacetado Delmino Pereira. Mendonça, agradado com o impacto do seu triunfo em 2019, quer ser o primeiro a bisar.