Lutador camaronês de MMA perdeu o filho de 15 meses e abriu o livro sobre o assunto, revelando os últimos momentos que passou com ele e a forma como a sua morte mudou a sua perspetiva sobre a vida
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Três meses depois da morte do seu filho Kobe, de apenas 15 meses, Francis Ngannou, lutador camaronês de MMA, falou pela primeira vez sobre o assunto.
Em direto para o podcast de Joe Rogan, o lutador começou por explicar que o filho sofria de uma “malformação” que não foi diagnosticada numa série de testes conduzidos nos Camarões e na Arábia Saudita, acabando por resultar no seu falecimento.
Nessa altura, o antigo campeão de pesos-pesados da UFC encontrava-se no Dubai, tendo recebido a notícia da tragédia por telemóvel: “O meu irmão ligou-me e disse: ‘As coisas não estão a correr bem aqui, o Kobe desmaiou e está no hospital...’. Perdi-o [o contacto com o irmão] durante três ou quatro minutos e, quando o recuperei, ele estava com uma enfermeira e ela disse: ‘Ele morreu’”.
“Nesse momento, apercebemo-nos do quanto esta criança se tinha tornado numa parte central da nossa vida e que tudo o resto com que nos preocupávamos já não importava. Tudo o que importava era ele. E ele foi-se embora...”, prosseguiu, admitindo ter dificuldade para descrever o que sentiu.
“A última vez que o vi foi quando estava a sair dos Camarões, a entrar no elevador. Ele estava com o meu irmão mais novo e não queria que eu me fosse embora porque se tinha tornado no meu parceiro, de tal forma que não queria que eu o deixasse sozinho... Eu podia levá-lo comigo para todo o lado, mesmo que não comesse, não se importava, desde que estivesse comigo. No dia em que parti, ele chorava para vir comigo. Mas eu fui-me embora, pensando que ia voltar. Não fazia ideia de que era a última vez. Podia ter voltado uma última vez, ter passado um último dia com ele, tê-lo abraçado uma última vez... Mas a vida decidiu o contrário”, lamentou, visivelmente emocionado.
A concluir, o lutador assumiu que quer seguir em frente e retomar a sua carreira, referindo que o falecimento do filho, cujo nome foi escolhido em homenagem a Kobe Bryant, lenda do basquetebol dos Estados Unidos, mudou para sempre a sua perspetiva sobre a morte: “Sempre amei a vida, mas digo a mim próprio que, se morrer, pelo menos irei ter com o meu filho. Já não tenho medo disso. Continuo a querer viver, mas se acontecer...”.