F1: comunicação entre direção da corrida e chefes de equipa termina durante as provas
Pedidos (e a pressão) de Toto Wolf e de Christian Horner feitos a Michael Masi no decurso da entrada do safety car em Abu Dhabi foi a gota de água
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Ross Brawn, diretor-desportivo da Fórmula 1, revelou que as comunicações entre a direção de corrida e os chefes de equipa, no decurso dos Grandes Prémios, não vai ocorrer a partir do próximo Campeonato de Mundo de velocidade.
"Vamos parar estes contactos no próximo ano. É inaceitável que os chefes de equipa exerçam pressão sobre Michael [Masi, diretor de corrida da F1] durante cada corrida. É como os treinadores a negociar com o árbitro no futebol", afirmou o responsável
Ross Brawn, citado pelo website alemão "'Auto Motor und Sport", justificou a decisão ao aludir aos pedidos (e à pressão) feitos a Michael Masi, pela Mercedes e pela Red Bull, na parte final do GP de Abu Dhabi, que decidiu o novo campeão mundial de F1.
"Toto [Wolf, chefe da Mercedes] não pode exigir que não entre um carro de segurança [safety car] e Christian [Horner, chefe da Redbull] não pode exigir que os carros tenham de ser divididos. Isso fica ao critério do diretor da prova", assinalou o diretor da F1.
No passado domingo, a cinco voltas do final da 18.ª e última prova do Mundial, estava Lewis Hamilton no primeiro lugar, à frente de Max Verstappen, separados por cinco carros para serem dobrados pelo neerlandês, quando Nicholas Latifi (Williams) bateu contra as barreiras, originou a entrada do safety car e o cenário alterou-se substancialmente.
Ato contínuo, Wolff pediu, "por favor", ao responsável pela direção da corrida, para que não ordenasse a entrada do veículo de segurança, enquanto, pouco depois, Horner solicitou que os monolugares entre Hamilton e Verstappen fossem passados para trás do piloto da Redbull antes da última e decisiva volta, o oposto à Mercedes.
O regulamento de F1 diz que todos os que têm voltas de atraso as devem recuperar com o safety car em pista e que o safety car só deve sair uma volta depois, o que também não sucedeu: a decisiva volta 58 do GP de Abu Dhabi iniciou-se logo a seguir. E por fim, comunicar, inicialmente, que os carros atrasados não iram ultrapassar o carro de segurança, decisão essa que mudou à posteriori e provocou a luta taco a taco.
Michael Masi decidiu colocar Hamilton, que tinha uma vantagem de alguns segundos, e Verstappen quase lado a lado para protagonizarem a discussão do título, o que suscitou, após o triunfo da Redbull, críticas oriundas de de várias latitudes.