Aí está a subida à Torre na Volta a Portugal: "Nem há força para dizer palavrões"
Este ano há mais montanhas, num total de 78 quilómetros a subir.
Corpo do artigo
"Meio pelotão já vinha a pensar na etapa seguinte", disse Alejandro Marque em Castelo Branco. O galego da Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel referia-se aos 159 quilómetros que este domingo vão ligar a Sertã à Torre, onde venceu há um ano. Desta vez haverá três subidas a anteceder a escalada mais dura da Volta a Portugal, num total de 78 quilómetros de subidas e um acumulado de 3757 metros na vertical. O suficiente para reduzir a muito poucos os candidatos ao triunfo final, desde que não se repita a chegada em grupo ao alto da última edição.
"É a subida emblemática, a mais difícil em Portugal, longa e com pendentes elevadas, embora este ano exista a de Miranda do Corvo, com médias ainda superiores. Mas na Serra da Estrela temos a duração da subida e a altitude a que termina", detalhou Bruno Silva, principal trepador da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados e vencedor da camisola da montanha em 2021.
O paredense de 34 anos explicou depois o que são os 25,9 km de escalada inclinados a 6,6%. "Não parecendo, a entrada na Covilhã deixa os ciclistas a moer até passarem a última zona de empedrado. Dali vai-se cansado, com a dificuldade de a zona mais dura ser a seguir, até ao Sanatório. Aí já seguirá um grupo restrito. Quem não estiver nele nunca terá um bom lugar no final. Depois chega-se às Penhas da Saúde e a zona do limpa-neves, que servem para descansar um pouco. Porque a seguir vem o túnel, outro ponto crítico, assim como a chegada. Na reta da meta, quando está vento de frente ou lateral, é muito complicado, já nem há força para dizer palavrões", brinca.
"Ganhar na Torre é o sonho de qualquer trepador", garante Bruno Silva, que como favoritos aponta "os do costume". "Glassdrive, Efapel e mais alguns". Ele, naturalmente, gostava "de estar" no lote.
15076475