Missão possível em 64 capítulos: "influencer" brasileiro prometeu ver todos os jogos ao vivo
Lucas Tylty, "influencer" brasileiro, prometeu assistir ao vivo a todas as partidas do Mundial do Catar e já bateu o anterior máximo (31), estabelecido em 2010, na África do Sul.
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Na última segunda-feira, enquanto Portugal carimbava o apuramento para os oitavos de final do Mundial"2022, com a vitória (2-0) sobre o Uruguai, fazia-se história nas bancadas do Estádio Lusail. Lucas Tylty, "influencer" brasileiro, de 26 anos, quebrou, nesse mesmo encontro, o recorde de mais jogos vistos ao vivo numa só edição da competição: foi o 32.º, superando os 31 do sul-africano Thulani Ngcobo, em 2010.
Tylty detalha, a O JOGO, os pormenores logísticos da demanda e explica que, terça-feira, assistiu a apenas 18 minutos de um jogo (Catar-Países Baixos) para poder estar no outro (Senegal-Equador).
Entretanto, quatro dias passaram, a conta de Tylty continua a aumentar e tão cedo não vai parar. O objetivo final está traçado desde 2019 e é bem claro: ver os 64 jogos - pelo menos um pouco de cada um - "in loco". "A ideia surgiu em 2018, após o Mundial da Rússia. Depois, em 2019, visitei o Catar, para assistir à final do Mundial de Clubes, e percebi que essa logística de ver todos os jogos era possível. Falei com uns amigos e pensei: "Temos mesmo de fazer isso, porque o Brasil vai ser "hexa" e poderemos contar aos nossos filhos e netos o que conseguimos alcançar"", começa por contar Lucas, a O JOGO.
Por mais hercúlea que pareça, a missão é possível de concretizar. O segredo assenta num planeamento cuidado. "Acordo de manhã, tomo um pequeno-almoço bem reforçado e ainda volto a comer antes do primeiro jogo. Antes, os jogos começavam às 13h00 [do Catar], agora arrancam um pouco mais tarde. Deixamos alguém à espera no carro, que fica localizado num ponto estratégico para podermos seguir rapidamente para o jogo seguinte. E ainda não tenho bilhetes para todos os que faltam. Por vezes, resolvemos essa questão durante o trajeto. Se virmos que os estádios ficam distantes ou está muito trânsito, vamos de metro", detalha Lucas Tylty, que viu o grau de dificuldade aumentar a partir do momento em que, na terceira jornada, começou a haver dois jogos em simultâneo. "Estes últimos dias foram a prova de fogo, porque há dois jogos em simultâneo. Estamos a dar prioridade ao mais decisivo do dia, mas o Brasil é exceção [risos]. Hoje [terça-feira] saímos do Países Baixos-Catar aos 18' e fomos até ao carro de trotinete, seguindo para o Senegal-Equador", prossegue.
"Sei que há outras pessoas a tentar fazer o mesmo do que eu, por isso não posso falhar. Vou até ao fim"
Entre a enorme adrenalina lá vai surgindo um ou outro imprevisto (ver caixa), mas os alicerces do projeto estão seguros. Com o apoio de amigos, da CONMEBOL e de algumas federações - "A de Espanha garantiu bilhetes para todos os jogos deles", exemplifica -, Lucas Tylty continua firme na sua demanda, apesar do "grande cansaço", e nem uma eventual eliminação do Brasil na fase a eliminar vai retirar motivação. "O recorde já é meu! Acredito que o Brasil chegará à final, mas, se não acontecer, não vou parar. São milhares de minutos, ainda nem fiz bem as contas, mas não posso falhar. Sei que há outras pessoas a tentar fazer o mesmo, por isso não posso falhar. Vou até ao fim com isto", deixa a garantia.
Um susto antes do Bélgica-Marrocos
À segunda jornada, o objetivo de Lucas Tylty podia ter ficado comprometido. O "influencer" foi para o Bélgica-Marrocos confiante de que garantiria um ingresso à porta do estádio, mas por pouco não ficou... pendurado. "Ninguém tinha para revenda, porque os adeptos de Marrocos vieram em peso para o Catar. Ficámos desesperados, não contávamos com uma situação assim naquele jogo. Se fosse do Brasil, da Argentina... Mas começámos a procurar, encontrámos adeptos que foram através da federação marroquina, que tinham ingressos de sobra e, 10 minutos antes de começar, lá nos juntámos à torcida", recordou.
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