Conheça melhor Ricardo Benjamim, o mais surpreendente campeão da europa sub-19
Ricardo Benjamim foi o último convocado de Hélio Sousa. Em Santa Maria da Feira há quem se lembre da sua estreia na baliza.
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Ficou de fora dos convocados de Hélio Sousa, mas a lesão do guardião Diogo Costa levou ao tão desejado telefonema e Ricardo Benjamim (jogador do Corunha B) apressou-se a chegar à Finlândia. Mesmo a tempo de ser campeão europeu de sub-19.
"Acredito que ele, pelas presenças noutros escalões da seleção, estava a contar participar. É de salientar a humildade do Ricardo e a vontade de ajudar, porque deixou o trabalho no clube para se juntar à seleção", aponta Mickael Amaral, treinador do guarda-redes nacional no Lusitânia de Lourosa, quando tinha oito anos, o segundo ano a jogar futebol.
O menino bastante traquina, no primeiro ano jogou a avançado, mas a saída de um colega levou a que se oferecesse para a baliza da equipa, para aproveitar as "aptidões que já tinha". "Na primeira fase da época teve algumas dificuldades. Se não tivesse uma personalidade forte tinha desistido. Foi persistente e na segunda parte da época demonstrou ser um bom guarda-redes e rendeu pontos à equipa", lembrou o técnico, agora a orientar o Argoncilhe.
À personalidade forte, Ricardo Benjamin, natural de Santa Maria da Feira, aliou a altura, "os bons reflexos e a qualidade nas bolas aéreas, com boas saídas nos cruzamentos".
Foi o primeiro a colocar o campeão europeu na baliza, mas Mickael não se sente responsável pelo sucesso do atleta. "O mérito é todo dele e da sua força de vontade. Isso é mais determinante que eu o ter colocado à baliza. O nosso maior mérito é ter-lhe dado apoio durante a parte da época em que esteve menos bem", considera. Ao seu pupilo, com quem esteve ainda este verão, a ver o Portugal-Espanha, do Mundial, deseja toda a sorte, que consiga afirmar-se na equipa principal do Corunha e chegar à seleção A.
Clubes modestos trabalham bem
O Lusitânia de Lourosa, agora no Campeonato de Portugal, foi o primeiro clube de Ricardo Benjamim. Mas há mais atletas na lista dos campeões europeus que começaram em clubes modestos. João Virgínia, que começou no Ferreiras, e Rúben Vinagre, que começou no Barreirense, são exemplos disso. "Nos clubes de menor dimensão, no Lourosa ou noutros, temos qualidade na formação e é gratificante ver os nossos atletas chegar ao tempo e tornarem-se campeões", congratulou-se Mickael Amaral.