Movimento "Hoje e Sempre Sporting" pede a Varandas que gaste 40 M€ em ações para salvar a independência da SAD
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O movimento "Hoje e Sempre Sporting" disponibilizou as linhas-mestras de um "programa de governação", que pode ou não chegar a ser um "programa eleitoral."
A O JOGO, Afonso Pinto Coelho, um dos porta-vozes, ataca o atual presidente nas questões financeiras e na ligação com os adeptos. Sem garantirem ir a votos, querem gerar consensos.
O mesmo é dizer que ainda não têm certo se irão a eleições na próxima primavera, mas, em exclusivo a O JOGO, Afonso Pinto Coelho divide em três vetores a prestação de Frederico Varandas, criticando o presidente do Sporting em dois deles.
"Na parte desportiva, o Sporting viveu uma boa época nas modalidades e o título de futebol, que se perseguia há 19 anos, tem de ser valorizado. Temos de elogiar. E toda a estrutura tem mérito. Só que, de maio a outubro, esse triunfo não foi aproveitado do ponto de vista comunicacional. Falhou numa área do programa eleitoral, relembrando que o lema era "Unir o Sporting". Sabendo da divisão da massa associativa era de capitalizar e promover a união do clube. É preciso agregação e faltou o exemplo do líder. Por último, na vertente financeira preocupa-nos o caminho seguido. E a pandemia agravou isso devido à quebra nas receitas da bilheteira", enumera o gestor de 48 anos, relembrando que o Sporting tem até 2026 para readquirir os valores mobiliários conhecidos como VMOC sob pena de ver o Novo Banco e o BCP tornarem-se acionistas.
"O prazo de maturidade vence em dezembro de 2026, até lá o Sporting tem de comprar a sua totalidade. Não podemos ter apenas 50%+1 do capital, porque se assim for o clube não tem o seu futuro garantido. Pode haver um factor externo que origine uma complicação na reestruturação financeira, da dívida, que aumente o capital, e que faça o Sporting perder a maioria da SAD. São 40,5 milhões de euros para que a partir daí fique dono do futuro: tendo 90% pode negociar soluções e encontrar parceiros estratégicos que aportem valor, um pouco como o Bayern, que tem três parceiros na SAD", reitera Pinto Coelho, lembrando as palavras do clínico na candidatura a presidente: "Se Varandas não proceder à compra das VMOC é mais uma promessa eleitoral não cumprida."
"Analisaremos se vamos ser candidatos. Queremos ser uma solução agregadora e que exista o menor número de candidaturas. Não excluímos ninguém e isso inclui a Direção"
Vítor Afonso, diretor comercial, e Roberto Carvalho, advogado, são os outros dois porta-vozes de um movimento que "estudou sete meses" a realidade leonina e "que não tem problema em dizer que utiliza ideias de outras candidaturas antigas", querendo ser, sim, uma "solução agregadora" e que "privilegiou ideias a pessoas", embora diga que estão "muitos sportinguistas conhecidos e até ex-atletas no projeto", acrescentou Afonso Pinto Coelho. Apesar de admitir a insatisfação com a Direção presidida por Frederico Varandas, a porta está aberta: "Vamos fazer uma análise para perceber se existem consensos com outras listas, queremos que existam o menor número de candidaturas. Não vamos fazer ruído, não excluímos ninguém e isso inclui a Direção. Mas temos linhas verdes e brancas de que não abdicamos."
Mandato limitado e voto mudado
O "Hoje e Sempre Sporting" divide em seis pontos o programa. Nas modalidades pede um investimento no desporto paralímpico pela missão social; na natação e ginástica para fidelizar o desporto amador em Alvalade e noutras que podem dar campeões europeus sem tanto dinheiro assim. Nos estatutos vincam que "o voto eletrónico não garante a confidencialidade" e que "deve existir uma segunda volta nas eleições." Também consideram que deveria ser "reduzida a diferença dos escalões de votos" e haver uma limitação de três mandatos na presidência.