Fernando Valente, antigo treinador dos sub-19 e bês do Shakhtar Donetsk acredita que o camisola 1 conseguirá superar a noite difícil na Champions
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Ao segundo jogo pelas águias, e no arranque do Benfica na edição 2023/24 da Champions, Trubin, novo dono da baliza encarnada, mostrou intranquilidade no desaire com o RB Salzburgo. Quem conhece bem o guarda-redes acredita que a noite negativa não terá consequências. "Ele tem a frieza para seguir em frente e para conseguir reagir", assegura a O JOGO Fernando Valente, que trabalhou com o agora camisola 1 benfiquista no Shakhtar Donetsk, nos sub-19 e bês.
Depois de ter trabalhado com o reforço encarnado durante duas épocas, o técnico sublinha a força mental do guardião. E confia que Roger Schmidt e o clube da Luz mantêm a aposta no atleta.
"Não é a primeira vez que acontece, tomar más decisões. Agora, foram a sua capacidade de seguir em frente e resiliência que o colocaram tão novo no patamar em que está, de grande dimensão, e que levaram a afirmar-se cedo como titular do Shakhtar", afirma, realçando que "o futebol é um jogo de erros" e que "a forma como se reage é o que marca a diferença". E no caso de Trubin, por quem o Benfica investiu dez milhões de euros, Fernando Valente sublinha que "esta é uma oportunidade para aprender e tornar-se mais consistente". "Do que conheço dele, recolhe a informação e evolui, foi isso que o fez crescer", afirma, sublinhando que tudo "depende também de como o clube vai trabalhar a questão".
No entanto, ressalva: "Não me parece que devido a uma situação destas o Benfica ponha em causa o investimento e até o potencial que o jogador tem. E também não é isso que vai colocar o jogador em dúvida e fazer com que se sinta abalado."
Guardião assume "experiência dolorosa"
Sem boas recordações do RB Salzburgo, Trubin cometeu um penálti logo aos 2" e teve algumas saídas em falso. Ontem, assumiu a noite complicada através das redes sociais. "Não era o resultado e a exibição de que todos esperavam. Esta experiência é dolorosa, mas importante. No futuro, a principal tarefa passa por continuar a trabalhar e a melhorar. Obrigado pelo vosso apoio", escreveu no Instagram, publicação que mereceu a reação de muitos adeptos, e mais de apoio - no jogo os fãs dividiram-se entre assobios na reposição e aplausos.
Trubin assumiu que o embate com o RB Salzburgo foi difícil. "Não era o resultado e a exibição de que todos esperavam. Esta experiência é dolorosa, mas importante", escreveu.
Fernando Valente vê nessa mensagem um sinal positivo. "Reconhecer o erro é importante. Agora é seguir em frente e trabalhar em cima disso", declara o atual treinador do Arema, da Indonésia.
Depois da estreia com o Vizela em que se destacou no passe e na certeza das ações (sem hipótese no penálti de Samu), Trubin baixou a eficácia ante o RB Salzburgo. Com seis perdas de bola, contra uma no Minho, baixou a eficácia de passe dos 94% para os 79% e nas ações passou dos 95% para os 72% - acertou 26 em 36.
Falando de um jogador "focado" e que durante a pandemia de covid-19, mesmo em isolamento, "saía de casa para ir treinar à academia do Shakhtar porque não queria estar parado e desejava continuar a evoluir", Fernando Valente contraria as críticas de Volodymyr Tsytkin, antigo guardião da Ucrânia, que apontou fraquezas a Trubin na técnica de receção de bola e nas saídas. "Não concordo. Trubin esteve com alguns dos melhores treinadores de guarda-redes, das equipas técnicas de Paulo Fonseca, Luís Castro e De Zerbi. Está preparado. É completo. Agora, depois há o jogo e às vezes as coisas não correm bem. Para chegar a este nível em que está tem de dominar todas as técnicas."