Com a arbitragem de Manuel Mota no jogo com o Belenenses (1-1) fresca na memória, o treinador do Paços de Ferreira encara a vista ao Bessa como um teste à resistência de uma equipa que promete confiante para selar a permanência.
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João Henriques, treinador do Paços de Ferreira, analisou, este sábado, o estado de espírito com que o plantel parte para o jogo de domingo com o Boavista, no Bessa, e dispensou o predicado da revolta, que marcou o final do empate caseiro (1-1) com o Belenenses, na jornada anterior. A precisar de pontos para confirmar a permanência, a equipa ficou revoltada quando, perante um lance de mão na área, o árbitro Manuel Mota recusou ver as imagens para confirmar se houvera grande penalidade.
Dos protestos resultou a expulsão de Rúben Micael, que já havia sido substituído, e essa perda para o Bessa deixa ainda um sentimento de "injustiça", sobretudo porque, garantiu o treinador, o médio não foi incorrecto com o árbitro bracarense, como este escreveu no relatório: "Fomos intempestivos na forma como falámos e protestámos uma situação, mas, ninguém ofendeu ninguém da forma como está público".
João Henriques apenas deixa um apelo: "O Paços é um clube que tem de ser sempre respeitado. Independentemente dos intervenientes, nós, treinadores, jogadores que trabalhamos aqui, as pessoas que nos vêm visitar, temos de respeitar todos o clube, que já tem um histórico enorme. Isso é o que queremos sempre: ser respeitados e respeitar. Mas, não temos dúvidas nenhumas de que isso vai acontecer até ao final do campeonato".
"Fazendo as contas, umas vezes somos beneficiados, outras vezes somos prejudicados", prosseguiu, embora os cálculos que respeitam exclusivamente ao percurso dele, que assumiu a equipa à 19ª jornada, não traduzam esta regra: "Desde que aqui cheguei, não senti em momento algum benefício; senti que houve jogos muito justos, mas também senti algumas injustiças e, claro, nós também reagimos. Somos seres humanos, sentimos as coisas que não são tão claras para nós quanto deveriam ser. Agora, errar erramos todos, também temos consciência disso. A frio, sabemos analisar as coisas dessa forma. Mas, também conhecemos um bocadinho as leis do jogo, o que são as nossas competências e as dos outros, e depois também temos opinião e as pessoas têm que aceitá-la, de acordo com o que analisamos".
Para João Henriques, o mais importante é o Paços de Ferreira colocar-se a salvo das consequências das decisões alheias: "Olhamos primeiro para nós: temos de diminuir os erros, temos de ser mais competentes; temos de evitar que os erros dos outros nos prejudiquem, isso é que é aquilo que controlamos e queremos continuar a controlar. Vamos sempre com esse intuito para os jogos. Sabemos que o erro é da natureza humana, portanto, vamos tentar ser nós a errar o menos possível e fazer com que o jogo seja fluído, seja bom e que, no final, sejamos felizes, tentando, obviamente, conquistar pontos".
Defrontar o Boavista no Bessa, a "fortaleza" que foi a chave para um campeonato tranquilo dos axadrezados, é um desafio que reclama o melhor do Paços de Ferreira. !Normalmente, o Boavista, em casa, é uma equipa muito ambiciosa, muito agressiva, muito vertical na forma de jogar e de chegar à baliza, muito prática, muito pragmática na conquista dos pontos. Teremos de ser mais do que o Boavista em todos esses momentos; acima de tudo, muito competentes nos duelos individuais, mais fortes coletivamente, uma equipa consistente, confiante, personalizada, e depois também muito pragmática nos momentos de finalizar, de saber sofrer e manter a baliza a zeros", rematou o treinador do Paços de Ferreira.