Rui Patrício lembra o que foi dito pelo ex-presidente do Sporting na reunião que juntou o plantel e a administração, antes do ataque à Academia de Alcochete.
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Antes do ataque à Academia de Alcochete, a 15 de maio de 2018, Rui Patrício sentiu que Bruno de Carvalho estava a incitar à revolta dos adeptos contra os jogadores. O guarda-redes foi ouvido esta segunda-feira no Tribunal de Monsanto, através de Skype, e recordou o que foi dito pelo então presidente leonino após a derrota frente ao Atlético de Madrid, na reunião entre o plantel e a administração do Sporting.
"Bruno de Carvalho tinha imagem forte com os adeptos e impacto neles. Sei que o William tinha dito que o presidente tinha mandado partir os nossos carros. Falou disso na reunião e ele negou. Não sei que relacionamento tinham. Mas Bruno de Carvalho e Mustafá conheciam-se. O que Bruno disse na reunião foi que se fosse para agredir alguém, não precisava de ninguém. Na reunião, o Bruno de Carvalho ligou ao Mustafá a perguntar se tinha mandado agredir ou partir os carros e o Mustafá disse que não", começou por contar Rui Patrício, prosseguindo:
"Após jogo da Madeira, no dia seguinte, houve reunião com administração e Bruno de Carvalho teve um comportamento completamente diferente, num tom mais calmo. No fim ainda disse 'somos uma família. Estou aqui para vocês. Algum problema falem com o Geraldes ou liguem para mim. Acuña porque fizeste isso e logo ao chefe da claque? Agora tenho um problema tremendo para resolver. Aconteça o que acontecer, quero que estejam bem para a final da Taça'. (...) No mesmo dia houve uma segunda reunião. Foi Jesus que avisou que o presidente vinha pedir desculpa. Essa reunião acabou com ele a retirar a suspensão, a dizer ao mister que podia convocar quem quisesse, mas os processos disciplinares continuavam. Fomos suspensos com nota de culpa, primeiro por Facebook e depois por email. Foi no dia da nossa nota", recordou Patrício.