ENTREVISTA, PARTE II - Rubens Júnior fartou-se de ver Jardel marcar no FC Porto e acredita que se fosse hoje o avançado valeria muito dinheiro. Fernando Santos acreditou em Rubens, mas Octávio Machado era "difícil de agradar"
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Reforça um FC Porto pentacampeão, mas sai sem um título nacional, antes dos anos de Mourinho. Chegou na pior fase possível?
-Não foi um momento desastroso, ganhámos Taças e disputámos o campeonato até ao fim, mas se compararmos à glória do Mourinho, então qualquer geração vai sentir-se frustrada.
Fartou-se de ver golos de Jardel. Se jogasse hoje, quanto é que ele valeria?
-Certamente chegaria aos 80 ou 90 milhões. Tinha potencial para isso.
"Tive muitas dificuldades com Octávio Machado e talvez por isso não tenha tido um desempenho tão bom"
Começa por ser treinador por Fernando Santos e depois é orientado por Octávio Machado e José Mourinho em 2001/02. O que recorda de cada um deles?
-O Fernando Santos foi o treinador que me trouxe, sempre gostou de mim e acreditou no meu trabalho. Tive muitas dificuldades com o Octávio, sentia isso e talvez por isso não tenha tido um desempenho tão bom. O treinador pode dizer nas conferências que não há titulares e que todos contam, mas o jogador sente no dia a dia com quem o treinador conta. Por isso, eu dou os parabéns a treinadores como o Mourinho e o Jesus porque conseguem ter o grupo na mão.
Na altura, quando o Mourinho é contratado, o grupo estava destroçado...
-O Mourinho conseguiu resgatar jogadores que não estavam a demonstrar o seu futebol, jogadores como o Deco, como o próprio Ricardo Carvalho, que era um miúdo que com o Octávio Machado praticamente nem participava nas peladinhas de 11 contra 11. O Mourinho teve 80 por cento de mérito nas conquistas que se seguiram.
Quem eram os seus melhores amigos nesses tempos?
-É natural que numa primeira fase os brasileiros tenham sido as pessoas mais chegadas, mas depois no dia-a-dia fiz grandes amizades com o Paulinho Santos, Vítor Baía, Chaínho, Capucho, Jorge Andrade... são pessoas com quem ainda tenho contacto.
Quando chega ao FC Porto tem o Esquerdinha a lutar pela posição, foi difícil encontrar o seu espaço?
-Se o FC Porto pensasse em ter apenas um jogador para uma posição, então estava a pensar como equipa pequena e não como um grande que é. Recordo-me que o Fernando Santos disse-me para eu esquecer o que tinha feito no Brasil e que em Portugal iria ter que fazer tudo do zero.
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