Palavras do treinador do Benfica este domingo, num encontro com os jornalistas um dia após a conquista do título de campeão.
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Evolução do Benfica ao longo da época: "É difícil descrever, a temporada foi muito longa. Nos últimos anos aprendi a não olhar demasiado para a frente, estar no aqui e agora, sobretudo enquanto treinador. Quando começámos, no verão, não estava a pensar nas semanas e meses que aí vinham. A situação que tínhamos no Benfica era que o Benfica queria mudar alguma coisa. Precisava de um treinador, queria mudar o estilo de jogo e tínhamos um plantel enorme. Começámos com 39 jogadores e alguns sabiam que provavelmente não ficariam. Era preciso tempo para tomar decisões. Se olharmos demasiado para a frente, torna-se complicado. Todos os dias são dias difíceis e complicados. O que notei é que este clube e grupo de jogadores tem uma atitude muito boa, treina a sério e trabalha sempre no duro. Gostam de jogar futebol. Gostavam de estar todos os dias em campo e tentámos criar boa condição física e aproveitar todos os treinos para eles perceberem qual o nosso estilo. Fiquei admirado por termos conseguido jogar da forma que gosto tão rapidamente. Também estava disposto a mudar o estilo de jogo consoante os jogadores e conseguimos encontrar um bom ponto. Já na pré-época começámos a defender bem, a atacar bem, a conseguir bom equilíbrio. Estávamos confiantes desde o início e, passo a passo e com as vitórias, conseguimos atingir o primeiro objetivo, o da Liga dos Campeões. Depois, até fechar a janela de transferências, fomos ajustando o plantel até encontrarmos uma boa forma de nos concentrarmos nos nossos objetivos. Para mim, esta temporada foi dia a dia."
Enzo saiu em janeiro e mandou mensagem: "Quando jogámos em Arouca, não sabia se no final do jogo ele ainda seria nosso jogador. Foi difícil para nós prepararmos esta situação e arranjar um substituto. Sabíamos uma ou duas semanas antes que essa questão voltaria a aparecer, mas tínhamos pouco tempo. Era um jogador muito importante, que assumia muita responsabilidade, sobretudo na construção de jogo. Não foi uma coincidência terem pagado tanto dinheiro por ele, irá demonstrar no futuro toda a sua qualidade. Precisámos de o substituir dentro do nosso plantel. O Chiquinho era uma opção, tínhamos o Aursnes e o Florentino, mas são jogadores diferentes. Fizemos muitos jogos com o Florentino e com o Chiquinho, e o Chiquinho conseguiu adequar o seu estilo de jogo e dar-nos a oportunidade de manter o nosso estilo de jogo. É importante que os centrais tenham o apoio do meio-campo e o Chiquinho jogou muito bem nessa altura e aprendeu muito depressa a parte tática. Para nós isso foi essencial. Ele esteve bem na Liga Bwin e na Champions. Depois, com o João Neves. Ele já tinha treinado connosco e esteve bem desde o início do ano, demonstrava estar pronto sempre que tinha minutos. Demonstrou ter qualidade para ser titular e foi uma grande surpresa. Temos a sensação de que está a melhorar em todos os jogos. Para nós é muito importante substituir o Enzo com a prata da casa. Troquei mensagens com o Enzo, sim. Deu os parabéns pelo campeonato e eu disse-lhe que este título também lhe pertencia".
"Enzo mudaria a história da Champions? "Não sei. Não conseguimos vencer o Inter. Fizemos 14 jogos na Champions e perdemos um, diante do Inter. Não é uma desilusão. Foi um grande feito. O que o Benfica fez foi extraordinário. É o que eu peço. Enzo é um grande jogador, mas não sei. Nem eu nem ninguém. Perdemos um dos nossos melhores jogadores? Claro. Perdemos um grande jogador."
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