Em média, o extremo-direito do Benfica e o ala-esquerdo do Sporting têm participação direta num golo em cada 180 minutos de jogo em que participam. Até agora, qualquer um deles esteve em dez tentos
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No dérbi desta quarta-feira estarão frente a frente dois futebolistas que repartem balneário na seleção da Argentina: Toto Salvio e Marcos Acuña, dois dos principais desequilibradores em presença neste embate de candidatos ao título.
O primeiro representa as águias, tem 27 anos e está na sétima temporada em Portugal; o segundo é leão, tem menos um ano e está na época de estreia entre nós. Apesar disso, "fase de adaptação" é uma expressão que não entra no seu léxico, tendo em conta a rápida afirmação no plantel leonino e no futebol luso. Aliás, são enormes as semelhanças entre os índices estatísticos de um e de outro nos jogos já disputados esta temporada, a começar pelo número de golos em que participaram diretamente: tanto Salvio como Acuña estiveram até agora em dez tentos de cada uma das equipas.
A maior diferença reside na forma como participaram nesses golos. Enquanto o benfiquista está sempre de olhos na baliza, concretizando mais do que oferece, com o sportinguista acontece precisamente o contrário: Acuña parece preocupar-se mais em encontrar um companheiro que esteja em boas condições de finalizar. Salvio marcou seis golos e deu quatro a marcar (um deles indiretamente, uma vez que resultou de um penálti sofrido), enquanto Acuña tem números opostos: apontou quatro e deu seis a marcar.
Em média, enquanto Salvio participou diretamente num golo de 181 em 181 minutos em campo, Acuña fê-lo de 186 em 186 minutos. Falamos do tempo equivalente a dois jogos, mais coisa menos coisa, o que significa que Salvio e Acuña estiveram diretamente envolvidos num golo de dois em dois jogos.
O que remete para uma diferença entre eles: como o Sporting tem mais golos marcados do que o Benfica em todos os jogos oficiais (62 contra 51) isso significa que Salvio é mais influente do que Acuña, uma vez que esteve em 19,6% dos golos da equipa (um em cada cinco, sensivelmente), em contraponto com os 16,1% de Acuña (um em cada seis). Salvio também tem sido mais rematador do que o extremo dos verdes e brancos (33 tentativas contra 22) e tem falhado menos passes (81% de passes certos de um, contra 75% de outro).
Um em alta, outro num jejum prolongado
Grande diferença entre Salvio e Acuña parece ocorrer no momento de forma que cada um tem revelado no campeonato português. O extremo-direito dos encarnados está numa das melhores séries de jogos desde que chegou às águias, tendo apontado golos em quatro das últimas cinco jornadas: marcou um golo contra V. Guimarães, V. Setúbal, Estoril e Tondela, somando também assistências nas duas últimas destas partidas. Quanto a Acuña, pelo contrário, não marcou nem fez assistências em nenhuma das últimas seis jornadas do campeonato nacional.