Antigo selecionador argentino, Carlos Bilardo, falou a O JOGO sobre os argentinos titulares nas alas de Benfica e Sporting
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Salvio e Acuña devem ser titulares no dérbi lisboeta desta quarta-feira e, se assim for, vão estar frente a frente durante a partida. O argentino do Benfica atua pelo lado direito do ataque, enquanto o compatriota joga pela esquerda do ataque leonino, devendo encontrar-se várias vezes durante o encontro.
O JOGO falou com Carlos Bilardo, antigo selecionador argentino, campeão mundial em 1986, que analisou os dois jogadores. "São ambos futebolistas muito versáteis, que compreendem muito bem que no futebol não se pode fazer apenas uma coisa e então atacam como defendem. São completos e souberam ganhar um lugar na seleção da Argentina desde a chegada de Sampaoli. É importante que joguem equipas grandes onde há a obrigação de ganhar. Muitos creem que a liga portuguesa pode ser inferior, mas é melhor que estejam nestas equipas e joguem a Liga dos Campeões, por exemplo, do que estejam a jogar a meio da tabela em Espanha ou Itália."
O treinador de 78 anos, já reformado, acrescentou ainda que, apesar de serem jogadores parecidos, há algo que os distinque. "Pode ser um confronto interessante porque, ainda que cumpram funções semelhantes, têm características diferentes. O Salvio é mais ofensivo, chega mais ao golo, e na Europa somou o sacrifício ao seu jogo e hoje pode também aparecer na própria área para recuperar a bola. Já o Acuña é um futebolista potente fisicamente, que se impõe e desequilibra na ala, de onde assiste os companheiros mais do que converte."
Sobre o dérbi de quarta-feira, Bilardo não arrisca um vencedor para o duelo entre extremos argentinos, mas dá dicas a ambos para travarem o compatriota. "O Acuña deve estar atento porque o Salvio desequilibra em velocidade, é um jogador que muda de ritmo para fintar e aproximar-se dos seus companheiros para entrar na área. Quando for o Acuña que estiver na posse da bola, o Salvio deve obrigá-lo a ir para dentro para que jogue com o pé trocado, porque se o deixar chegar à linha é quando ele pode tirar os melhores centros que, muitas vezes, são assistências de golo".